Simulador de cirurgia craniana inédito é desenvolvido na USP

Simulador de cirurgia craniana inédito é desenvolvido na USP

27/09/2023 0 Por Redação

 

Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, na Divisão de Neurocirurgia, criaram uma simulação ultrarrealista para melhorar as habilidades dos médicos em cirurgias do crânio. O projeto proporciona aos neurocirurgiões a oportunidade de praticar, aprender e planejar cirurgias complexas de forma segura e realista.

O doutorando Rodrigo Pongeluppi tomou como base a cirurgia para a remoção do schwannoma vestibular, um tumor que afeta o equilíbrio e a audição à medida que cresce na base craniana. Na maioria dos casos, esse tumor não é canceroso e não se espalha para outras partes do corpo. No entanto, devido aos sintomas e à pressão que pode exercer sobre o cérebro, ele pode ser removido.

Por ser um tumor grande, cuja retirada ocorre através de um acesso estreito e profundo, a cirurgia é bastante delicada, como ele detalha ao Jornal da USP. “O acesso é feito próximo aos seios venosos. Existe um risco grande de sangramento, que aumenta o risco do procedimento, e o risco de lesão relacionado à secção do tumor, que fica no meio dos nervos cranianos.”

Para simular a operação, a inovação une um modelo de realidade virtual a um modelo realístico impresso tridimensionalmente em resinas, silicone e borrachas curadas de várias densidades que reproduzem diferentes tipos de tecidos. “O tumor, por exemplo, sangra e dentro do seio venoso colocamos um líquido azul, que simula sangue caso tivesse uma lesão”, conta Rodrigo Pongeluppi.

Segundo o professor Ricardo Santos de Oliveira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, o aprendizado hoje depende da disponibilidade de cadáveres para estudo. “Por uma série de razões, é cada vez mais difícil o treinamento cirúrgico em cadáveres no Brasil. Por isso, o desenvolvimento desses modelos de realidade virtual e ultrarrealistas eliminam essa questão relacionada ao material humano, e eles podem ser adaptados, reutilizados.

 

*Foto: Ilustração