Bahia segue vacinando animais contra febre aftosa até 30 de Novembro

Bahia segue vacinando animais contra febre aftosa até 30 de Novembro

28/11/2022 0 Por Redação

 

Até o dia 30 de novembro, criadores de bovinos e bubalinos podem vacinar o rebanho na segunda etapa da campanha contra a febre aftosa, doença de alta infecciosidade que causa febre e aftas na boca e língua do gado. O processo de imunização começou no dia 1º e tem como meta a vacinação de 12.407.167 animais em toda a Bahia.

Segundo a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), responsável pela ação, a expectativa é de imunização de 100% do rebanho ou, pelo menos, de alcançar um índice superior aos 94,70% da última campanha. De acordo com o diretor de defesa sanitária do órgão, Carlos Augusto Spínola, a adesão dos pecuaristas à iniciativa é muito importante para “manter a Bahia dentro dos patamares exigidos pelos organismos internacionais, que é de no mínimo 90% de índice vacinal”.

Além disso, o diretor conta que o cumprimento do processo de imunização agora vai contribuir para um objetivo ainda maior: a retirada oficial da obrigatoriedade da vacinação, que já aconteceu em alguns estados do Brasil, como Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia. Contudo, para isso, a consciência sanitária por parte dos produtores é necessária.

“Esta grande meta só será atingida quando toda a comunidade rural internalizar no coletivo que a conquista da certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação, que extingue a necessidade da vacina, é também uma grande responsabilidade pessoal e individual”, diz Carlos Augusto.

Sem aftosa

Apesar de ainda não ter conquistado a extinção da vacina contra a febre aftosa, a Bahia já está há 25 anos sem a doença. E para continuar mantendo o estado livre dela, o pecuarista Urbano de Souza, 61, que cria bovinos e bubalinos, vai fazer a sua parte.  “Já estou vacinando o meu rebanho. A meta é conseguir vacinar uma média de 4 mil animais”, afirma Urbano.

Segundo o pecuarista, que trabalha com gado de corte e leite, participar do processo de imunização é essencial para a prevenção dos rebanhos contra a virose em questão, assim como para estabelecer boas relações comerciais nacional e internacionalmente com o mercado.

“O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, o que não seria uma realidade se os estados não vacinassem os seus rebanhos para ficar livre da febre aftosa, ou seja, o mundo consome nossa produção porque não temos essa doenças e continuamos na luta para evitar que ela apareça e comprometa o gado”, pontua Urbano.

No contexto em que a vacinação contra a febre aftosa desempenha um papel essencial para a saúde do animal e também no âmbito comercial, o pecuarista que não imunizar o rebanho vai sofrer algumas punições restritivas e pecuniárias. Isso é o que explica o diretor geral da Adab Lázaro Pinha.

“A penalidade restritiva é em relação ao cadastro do produtor, que logo após o final da campanha, entra em bloqueio de movimentação. Isso não permite a emissão de guias, atestados e etc.  Já as pecuniárias dizem respeito a multas por animais não vacinados e também pela não declaração de propriedade”, esclarece Lázaro.

Para além dessas punições, a febre aftosa gera outros prejuízos para o produtor, como a perda de carne e leite e também restrição no setor de exportação. A doença, segundo o diretor geral da Adab, também afeta o processo econômico de outras áreas produtivas do país.

“Muitas vezes as exportações de frutas sofrem restrições sanitárias. Até mesmo as exportações de tabaco, especiaria podem sofrer restrições caso haja a presença do vírus da febre aftosa em rebanhos de países exportadores, notadamente o nosso, que é o maior exportador de carne bovina”, destaca Lázaro.

*Foto: Shutterstock