Veneno de cobra cascavel auxilia no combate ao câncer de mama

Veneno de cobra cascavel auxilia no combate ao câncer de mama

08/05/2025 0 Por Redação

Em estudo “in vitro”, crotoxina eliminou e impediu proliferação de células triplo negativo, encontradas em 15% dos casos de câncer de mama, com mortalidade acentuada

 

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP obtiveram resultados positivos no uso de uma substância do veneno da cobra cascavel contra células de um tipo altamente agressivo de tumor de mama. Testada em laboratório, a proteína crotoxina eliminou e impediu a proliferação das células triplo negativo, presentes em 15% dos casos de câncer de mama, com elevada taxa de mortalidade. Os resultados da pesquisa são descritos em artigo da revista científica Toxicon.

“Esta pesquisa foi parte de um amplo projeto para avaliar a atividade antitumoral da crotoxina em vários tipos de culturas de células de câncer de mama, afirma Camila Marques de Andrade, primeira autora do artigo. “Um dos tipos celulares estudados foi o triplo negativo ou estrógeno independente, representado pelas células MDA-MB-231, pois é responsável por cerca de 15% dos casos. É um tipo de câncer com prognóstico ruim, com alta taxa de recorrência, metástase e morte, além de ser resistente à terapia.”

De acordo com a pesquisadora, os tumores de mama podem ser classificados quanto à presença ou ausência de alguns receptores na célula cancerígena, que são os hormonais, para o estrógeno (ER) e para a progesterona (PR) e o não-hormonal, a proteína HERS2. “Um desses tipos é o chamado triplo negativo, correspondendo ao pior prognóstico da doença, em que os tumores se apresentam pouco diferenciados, há grande mortalidade e não respondem à terapia”, aponta.

“O tratamento recomendado é o uso de antraciclinas [grupo de medicamentos] com taxanos, sendo a antraciclina mais utilizada a doxorrubicina”, ressalta Camila Marques de Andrade. Os medicamentos são administrados endovenosamente (injeção na corrente sanguínea) durante as sessões de quimioterapia. “Porém, os tumores podem ser resistentes a essa terapia, além desses medicamentos apresentarem diversos efeitos colaterais.”

Apesar de promissor, a viabilidade do uso da crotoxina em medicamentos na prática clínica ainda precisa ser testada em diversas outras pesquisas, e pode não se confirmar.  “Este foi um estudo in vitro em cultura de células tumorais”, observa a pesquisadora. “Para que a crotoxina seja usada clinicamente são necessários estudos pré-clínicos e clínicos, com ajuste das dosagens para uso in vivo.”

 

*Foto: Divulgação

 

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