Segundo especialistas, na Europa a 2° onda está avançando mais rápido que a primeira
23/10/2020
A segunda onda da covid-19 na Europa está se espalhando mais rápido do que a primeira, afirmou hoje o infectologista Arnaud Fontanet, que é conselheiro científico do governo francês no combate à pandemia.
“O vírus está circulando com mais rapidez… a segunda onda da pandemia começou em agosto”, disse Fontanet ao canal BFM TV.
O infectologista afirmou que a França havia conseguido controlar a pandemia ao final de julho, o que deu às autoridades uma falsa sensação de segurança. Com algumas medidas relaxadas, os casos voltaram a subir ao fim de agosto. “Houve uma semana de frio em setembro e todos os indicadores foram na direção errada novamente em toda a Europa. O vírus se espalha mais facilmente no frio porque nós ficamos mais em ambientes fechados”, declarou o especialista.
De acordo com o infectologista, os hospitais provavelmente enfrentarão uma situação crítica como a encarada no pico da pandemia. “Nós temos as ferramentas para nos proteger contra o vírus, mas enfrentaremos um período difícil”, afirmou Fontanet.
Seguindo a mesma linha, o diretor-geral da AP-HP — rede de 39 hospitais públicos da região de Paris —, Martin Hirsch, disse hoje que é “possível” que a segunda onda da covid-19 na França “seja pior do que a primeira”. De acordo com Hirsch, nos últimos meses, houve uma percepção de que não haveria um forte retorno da epidemia, ou que haveria uma “ondinha”. Mas “a situação é o contrário”, declarou o alto funcionário em entrevista à rádio RTL.
A rede AP-HP forma o maior conjunto de hospitais universitários da Europa, responsável pelo atendimento de 8,3 milhões de pacientes. Além da situação na região parisiense, o diretor-geral desses estabelecimentos destacou que “o número de hospitalizações pela covid-19 aumenta em várias regiões do país, o que torna o cenário assustador”.
A França já soma um total de 34 mil mortes pela doença e, até ontem, havia 2.239 pacientes internados em terapia intensiva, o maior número de casos necessitando de reanimação desde maio.
*Com informações da RFI
Fonte: UOL Notícias
Foto: Pixabay Imagens