Pistache é a nova tendência da gastronomia no Brasil
03/01/2024
O brasileiro cria modismos e preferências gastronômicas desde sempre. Já passamos pelo tomate seco, pela Nutella, pela febre do leite Ninho. Agora, o queridinho da vez é o pistache. Temos panetone, sorvete, molhos, cremes e tudo o que se pode imaginar feito com pistache. E o que torna essa tendência ainda mais inusitada é o custo do pistache. Como se torna tão popular uma noz que custa de R$ 50 a R$ 90 reais o quilo?
Conhecido também como ouro verde em Bronte, na Sicília (Itália), o pistache entrou com tudo em grandes redes como Baccio de Latte (sorvetes) e a Cacau Show (chocolates), além de ter invadido o cardápio dos restaurantes (veja abaixo).
Na Baccio de Latte, o pistache está até na linha de presentes: vela, difusor, sabonete e creme, além dos sorvetes e panetones. Na Cacau Show, é o grande lançamento de panetones deste Natal e tem também uma linha de chocolates.
O pistache, da família das anacardiáceas, é uma semente que dá em um arbusto que tem origem na Síria e na antiga Mesopotâmia. Também pode ser encontrado nos Estados Unidos, Líbano, Turquia, Grécia, Quirguistão, Turcomenistão, Índia, Egito, Itália, China e Afeganistão. A Turquia e a Síria, por exemplo, têm evidências arqueológicas que as sementinhas já eram consumidas como alimento desde os anos 7.000 a.C. Atualmente, tem cultivo de pistache até na Austrália.
As sementes de pistache são citadas na história desde a Bíblia. Em um dos casos, aparece como um dos alimentos levados por Adão ao ser expulso do Éden. Já a Rainha de Sabá exigia toda a produção para seu próprio uso e dos seus admiradores.
Pistáchio é um outro jeito de chamar essa sementinha verde, que é uma fonte de gorduras saudáveis, proteínas, fibras e antioxidantes. Por ter muita proteína, promove a saciedade, faz bem para a saúde do coração e do intestino, ajudando a controlar o colesterol, a pressão arterial e o nível açúcar no sangue, porque tem muita vitamina B6. Estudo americano publicado no Journal of Nutrition indica que o pistache é mais rico em betacaroteno e vitamina E do que outros tipos de nozes.
A cor verde e roxa do pistache vem das substâncias luteína e antocianina. A luteína é um carotenoide que ajuda na fotoproteção dos olhos e combate os danos causados pelos raios ultravioletas na pele. A antocianina tem efeitos antioxidantes – combatendo os radicais livres, anti-inflamatórios e ainda atua no controle da glicemia. O verde também é usado para tingimentos e é um remédio popular para tratamentos de dor de dente e problemas no fígado.
Para conseguirmos comer essas nozes, é preciso esperar pelo menos cinco anos do cultivo da árvore deste arbusto chamado cientificamente de Pistacia Vera. Antigamente, era comum apenas ver os doces árabes e sírios e o sorvete com verdíssimo pistache, mas pode ser consumido torrado e salgado, como um amendoim, e em várias receitas ou até mesmo na mortadela.
Há quem diga que até as cascas devem ser reaproveitadas. Uma das funções é como adubo para as plantas, lembrando que bem lavadas e secas para tirar o sal. Depois é só colocar no fundo do vaso que vai ajudar a alimentar o solo. Uma vez nas plantinhas, as cascas limpas do pistache previnem o crescimento de ervas daninhas e retêm a umidade do solo. Elas podem também ser usadas para acender churrasco ou até mesmo lareiras e fogueiras.
O pistache pode ser consumido na sua forma natural, torrado e salgado ou sem sal, ou ainda em preparações, como brigadeiros, cremes, bolos, sorvetes, pudins, saladas e molhos, massas ou pães. (Com Portal R7)
*Foto: Shutterstock