46% dos homens acima dos 40 anos vão ao médico apenas quando sentem algo
09/11/2023Para especialista, acompanhamento médico preventivo e personalização de medicamentos fortalecem saúde do homem; câncer e impotência sexual são problemas mais temidos
De acordo com o levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 46% dos homens acima dos 40 anos só vão ao médico, quando de fato sentem alguma coisa ou apresentam algum sintoma. O percentual sobe para 58% quando selecionados apenas os entrevistados que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os números mostram uma realidade que vem mudando, mas, que ainda está longe de ser a ideal quando pensamos nos cuidados com a saúde do homem, seja ela pela medicina preventiva ou curativa.
Para o urologista Ricardo Padua, especialista em saúde preventiva do homem, apesar de ainda haver muita resistência por parte do público masculino com relação aos cuidados com a própria saúde, é possível enxergar nas novas gerações uma preocupação maior com a melhora na qualidade de vida e com os tratamentos preventivos.
“Dentro do consultório, seja ele particular ou do SUS, conseguimos enxergar e classificar os pacientes mais ou menos de acordo com as suas gerações. Tenho três gerações de pacientes e posso afirmar que tanto o comportamento quanto as preocupações são muito diferentes”, afirma o especialista.
A pesquisa da SBU também apontou que apenas 32% dos homens acima de 40 anos, se consideram muito preocupados com a própria saúde. Enquanto isso, nos pacientes acima de 60 anos, esse número sobe, e, 78% dos entrevistados declararam fazer exames a cada seis meses ou um ano.
O especialista também afirma que muito do cenário que temos hoje com relação à saúde do homem está ligado a tradições e culturais do brasileiro, que muda de região para região. “Quando pensamos em um paciente mais velho, de 70 a 85 anos, encontramos um perfil mais duro, que foi criado como um verdadeiro super-herói e por isso, não pode chorar, nem sentir dor e, claro, não pode ir ao médico. Nessa faixa etária, 90% dos problemas estão relacionados com a próstata e muito só procuram ajuda em um patamar já avançado da doença”, diz.
“Em pacientes entre 45 a 65 anos, as preocupações também estão relacionadas à próstata. Eles procuram mais o médico, mas, ainda não estão habituados a ter um acompanhamento constante. Acho interessante ver a geração mais nova, de 20 a 44 anos, esses já possuem uma visão mais aberta, estão muito mais atentos à saúde e à qualidade de vida e buscam a medicina preventiva.”
“No caso dos mais jovens as principais preocupações estão atreladas ao desempenho sexual e hoje, também, a estética íntima. No entanto, ainda temos muito que evoluir”, afirma.
*Foto: Divulgação