Ethel Maciel afirma que vacina contra Covid será anual para grupo de risco

Ethel Maciel afirma que vacina contra Covid será anual para grupo de risco

04/01/2023 0 Por Redação

 

Ethel Maciel – primeira mulher a ocupar a secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde – afirma que a vacinação contra Covid-19 será incorporada ao calendário anual do governo para pessoas do grupo prioritário, como idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.

A população deve ser convocada para receber as doses junto com a imunização contra a gripe. A intenção é que isso ocorra a partir de abril, dando prazo para organizar a estratégia do governo nos primeiros 100 dias.

“Agora, efetivamente, a Covid entra no nosso Departamento de Imunização. O ministério acabou de receber uma compra grande de doses que, a princípio, daria para cobrir esses grupos prioritários”, diz à reportagem.

“A ideia é que a campanha siga os mesmos grupos prioritários da gripe, que são os mais vulneráveis, como os profissionais de saúde, imunossuprimidos, idosos. A princípio, será uma dose de reforço com a vacina bivalente”, afirma.

Ethel diz que a pasta terá entre as prioridades o aumento da cobertura de todas as imunizações, e que a comunicação terá papel central para reverter a resistência da população.

“A gente tem o maior programa de imunização do mundo e sempre fomos exemplo. Infelizmente, estamos saindo dessa pandemia com essa imagem… acho que dizer ‘arranhada’ é muito pouco. A comunicação, sem dúvidas, vai ser central neste governo para que a gente possa recuperar a confiança [na vacinação]”, disse.

A imunização infantil estava em queda antes da gestão de Bolsonaro, mas o quadro se agravou. Levantamento do Observatório de Saúde na Infância mostra que a vacina contra a poliomielite, por exemplo, foi aplicada em 74,84% da população-alvo em 2021, sendo que o percentual em 2018 era de 88,33%. Até novembro de 2022, ficou em 71,97%.

A estratégia do Ministério da Saúde é fazer parceria com outras pastas para conseguir atingir os índices necessários. Por exemplo, trabalhando em escolas e colocando a imunização novamente como um condicionante para receber recursos de programas sociais.

Além disso, a nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, já determinou que o PNI (Programa Nacional de Imunização) se tornará um departamento, ganhando mais relevância no novo governo.

Outra medida é restabelecer o diálogo com os municípios e os estados para que a vacinação caminhe junto em todos os estados.

Professora do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), Ethel era a primeira da lista tríplice para ocupar o cargo de reitora da instituição—mas Bolsonaro escolheu outro nome para o cargo.

Assim como Ethel, Nísia é a primeira mulher a chefiar o ministério da Saúde e ingressa no momento em que o governo de transição vê um desmonte histórico no SUS, com perda de recursos, queda na cobertura vacinal e falta de coordenação com estados e municípios.

*Foto: Reprodução