Especialista dá dicas de como fazer a separação de resíduo doméstico
07/11/2022
O relatório Panorama da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), apontou que a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), no país sofreu forte influência da pandemia durante o ano de 2020, tendo alcançado o número de 225.965 toneladas diárias, totalizando 82,5 milhões de toneladas no ano.
Segundo a Associação, cada brasileiro gerou, em média, 1,07 kg de resíduo por dia e uma das razões deste aumento expressivo foram as novas dinâmicas sociais, como por exemplo, as refeições que antes eram feitas em lugares diversos e passaram a acontecer dentro de casa, tanto comprando itens no supermercado, como pedindo delivery, o que levou ao maior descarte de resíduos.
Para Renata Ross, gestora de Marketing e Relacionamento da empresa TerraCycle, “a mudança de hábitos é uma atitude individual extremamente significativa e, ao invés de aguardarmos por grandes avanços na diminuição do impacto no mundo, devemos optar por soluções ambientalmente conscientes nas ações cotidianas. O trabalho começa dentro de casa”, pontua Renata.
Em conversa com o Portal da Saúde News, Renata Ross listou seis exemplos que podem contribuir com a mudança de hábito da população em relação aos resíduos mais comuns gerados em domicílios. Confira
Reaproveitamento do lixo orgânico
O lixo orgânico deve ser acondicionado em recipientes fechados, como potes ou baldes para evitar odores e insetos. Após essa separação, o consumidor pode encaminhá-lo à i) coleta seletiva de resíduos orgânicos ou pontos de entrega voluntária, caso o município possua estes serviços; ii) para locais de compostagem comunitária ou empresas privadas; iii) para compostagem feita dentro de casa ou apartamento, por meio de minhocários ou outros métodos.
Resíduos secos como papel e papelão, alumínio, plástico e vidros
Os itens recicláveis devem ser separados do lixo comum (resíduos de banheiro). É importante que o consumidor tente, ao máximo, deixar as embalagens livres de restos de comida ou gordura que possam dificultar a reciclagem. Não deixe de verificar com a prefeitura se existe serviço de coleta de resíduos recicláveis ou pontos de entrega voluntária. Caso sua cidade não esteja disponível, existem projetos, programas e ONGs que aproveitam alguns tipos de materiais, como por exemplo, as caixas de leite longa vida que são utilizadas como isolante térmico em casas de madeira.
Resíduos eletroeletrônicos, como telefones, pilhas, baterias, lâmpadas, smartphones, televisores e outros
O lixo eletrônico deve ser separado dos demais para que possam ser destinados de forma adequada. Por conta da presença de substâncias tóxicas e metais pesados, como o chumbo, mercúrio, cromo e cádmio, responsáveis pela possível contaminação do solo, água e alimentos. Existem programas específicos para o descarte destes itens, busque o ponto mais próximo de sua residência.
Óleo de cozinha
O óleo de cozinha usado não deve nunca ser despejado na rede de esgoto. A forma certa de descarte é colocá-lo em um recipiente com tampa, como uma garrafa pet, armazenando em local seco e sem contato com calor. E depois levá-los até pontos de coleta de óleo que destinarão a associações e empresas que farão a reciclagem.
Separar os rejeitos
Os resíduos que não podem ser aproveitados são denominados rejeitos, itens como absorventes, fraldas, fitas adesivas, etiquetas, papéis higiênicos ou engordurados. Estes podem ser descartados juntos, já que não serão encaminhados para reciclagem.
Medicamentos
Os medicamentos são constituídos por diversas substâncias químicas e representam perigo à saúde humana e ao meio ambiente. Por isso, não podem ser descartados no lixo comum ou na rede de esgoto sem nenhum cuidado. É extremamente importante que o descarte seja feito em postos de saúde ou farmácias para evitar contaminações. Os consumidores devem levá-los dentro das embalagens originais, como por exemplo, os comprimidos dentro de frascos de vidro tampados ou dos blisters.
*Foto: Pixabay