Estudo associa alto consumo de ômega-3 à melhoria das funções cerebrais
24/10/2022
Pessoas de meia idade que comem muitos alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3 podem ter melhor desempenho cerebral, de acordo com estudo publicado no início de outubro na revista científica Neurology, da Academia Americana de Neurologia. Esse tipo de nutriente é encontrado em peixes de águas frias como salmão, sardinha, truta e atum.
“Melhorar nossa dieta é uma maneira de promover nossa saúde cerebral. Se as pessoas pudessem melhorar a resiliência cognitiva e potencialmente evitar demência com algumas mudanças simples na dieta, isso poderia gerar um grande impacto na saúde pública. Melhor ainda, nosso estudo sugere que mesmo o consumo modesto de ômega-3 pode ser suficiente para preservar a função cerebral […] Consumir pelo menos duas porções de peixe por semana”, afirma a pesquisadora Claudia L. Satizabal, da Universidade do Texas em San Antonio, nos EUA, uma das autoras do estudo, citada pelo site americano SciTechDaily.
Os cientistas analisaram dados de 2.183 voluntários com idade média de 46 anos e que não apresentavam demência ou acidente vascular cerebral. Todos tiveram os níveis de ômega-3 medidos. Além disso, ele fizeram testes que avaliaram as habilidades cognitivas e exames eletroencefalogramas.
De acordo com o site americano, os participantes do grupo de baixa ingestão do nutriente apresentavam 3,4% de ômega-3 do total de ácidos graxos; já o grupo de maior consumo tinha uma média de 5,2%. O nível ideal é de 8% ou mais. Entre 4% e 8% a ingestão é considerada intermediária.
Os pesquisadores ajustaram fatores que poderiam afetar os resultados e aplicaram uma fórmula matemática para normalizar os dados. Eles observaram que as pessoas que ingeriram níveis mais altos de ômega-3 não apenas tiveram pontuações médias mais altas em teste de raciocínio abstrato, mas também volumes maiores na área do hipocampo, que desempenha papel importante na memória.
“Os resultados precisam ser confirmados com pesquisas adicionais, mas é empolgante que os níveis de ômega-3 possam desempenhar um papel na melhoria da resiliência cognitiva, mesmo em pessoas de meia-idade”, diz Claudia Satizabal, citada pelo SciTechDaily.
Ela observa que o estudo analisou apenas um momento da vida dos voluntários, que não foram acompanhados ao longo do tempo. Então os resultados não provam que comer ácidos graxos do tipo ômega-3 preserva a função cerebral. Trata-se apenas de uma associação.
*Com Trendsbr
Foto: Getty Images