Médico coloca luva cirúrgica no lugar de bolsa de colostomia em paciente
11/10/2022
Um homem de 35 anos teve uma luva cirúrgica colocada no lugar de uma bolsa de colostomia em uma clínica particular de Curitiba. João Carlos dos Santos disse que a princípio não identificou nenhum problema na situação e aceitou a colocação do item, e que a “ficha só caiu” quando chegou em casa.
Segundo João Carlos, ele precisava do equipamento coletor enquanto se recuperava de um procedimento pós-operatório no rim, mas ao chegar na clínica para colocar o item, o médico disse que a instituição estava sem a bolsa e informou que colocaria a luva em substituição.
“O médico falou que era medicina de guerra e colocou uma luva improvisando a bolsa. Saí do hospital com aquela luva pendurada na barriga, vazando muito. Em casa eu não tinha controle. Fiquei encharcado de secreção… Minhas roupas e cobertores ficaram todos molhados”, informou João.
O caso aconteceu em 22 de setembro no Centro Clínico Pinheirinho, unidade da NotreDame Intermédica. Por nota, a empresa lamentou o ocorrido e disse que desligou o médico da equipe. Também afirmou que o paciente está bem e que todas as demandas dele “estão assistidas”. Leia a íntegra da nota da empresa ao final da reportagem.
“Não quero que outras pessoas passem por situações semelhantes. Fiquei entristecido e muito chateado. Eu me senti totalmente desrespeitado por receber este tipo de atendimento”, afirmou o paciente.
Procedimento
João Carlos contou que, antes de colocar a bolsa de colostomia, estava com um dreno para eliminar secreções. A indicação de colocar a bolsa de colostomia veio quando o curativo que ele usava parou de segurar o dreno devido à quantidade de líquido eliminada.
Segundo o paciente, o procedimento era temporário, uma vez que o médico pediu para vê-lo novamente no outro dia. Mesmo assim, ele disse ter se sentido constrangido.
João conta que substituiu a luva no mesmo dia, por intermédio de uma amiga que trabalha em um hospital da capital. Ela conseguiu uma bolsa de colostomia para ele.
Ainda de acordo com o relato do paciente, o médico não sinalizou se no retorno previsto para o dia seguinte substituiria a luva cirúrgica.
João Carlos disse que, até esta terça-feira (11), só fez reclamação sobre o caso para a empresa que administra a clínica.
“Como a minha preocupação primeiro foi a minha saúde, eu não tive cabeça pra fazer nenhuma reclamação em outros lugares. As pessoas ao meu redor que, incomodadas, me motivaram a fazer algo. Meu chefe fez uma reclamação no hospital e eu recebi um retorno. Eles perguntaram o que aconteceu e lamentaram o ocorrido […]. Há mais de dois anos estou com problemas no rim, tem sido cansativo”.
Pronunciamento do Centro Clínico Pinheirinho
“A prioridade da empresa é oferecer o melhor atendimento aos clientes. Por isso, a companhia lamenta profundamente o ocorrido, que possa ter gerado algum desconforto ao paciente.
Por esse motivo, assim que houve conhecimento dos fatos, o médico foi desligado, o paciente foi acolhido, e todas as suas demandas estão assistidas.
O paciente está bem e em continuidade ao seu tratamento ambulatorial. A companhia preza pelo bem-estar do paciente sempre e está em contato direto e à disposição do beneficiário para melhor assisti-lo”.
*Redação
Foto: Divulgação