Fiocruz aponta que Influenza eleva casos de síndrome respiratória aguda em crianças
11/10/2022
Boletim divulgado pela Fiocruz nesta segunda-feira (10) aponta para queda no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo (últimas seis semanas), mas crescimento moderado em alguns estados, fundamentalmente no público infantil, de 0 a 11 anos. Isso se dá provavelmente por conta do crescimento do vírus influenza ou a intercorrências respiratórias em função do início da primavera. Não se observa, até o momento, associação com a Covid-19.
O vírus Influenza A vem apresentando aumento em alguns estados do país, como Bahia, Goiás, Minas Gerais, com destaque especialmente em São Paulo e no Distrito Federal. Entre os casos com subtipagem, há predomínio para o H3N2, tal como observado no surto epidêmico de novembro e dezembro de 2021.
Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, por incluir dois dos principais hubs de mobilidade interestadual, este cenário pode afetar os demais estados. “Essa tendência recente serve de alerta para os demais estados do país em decorrência da importância de ambos no fluxo interestadual de passageiros, especialmente para os grandes centros urbanos através da malha aérea nacional”, explicou o coordenador do InfoGripe.
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, apenas Amapá, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até a SE 39. Em São Paulo, onde a presença do vírus da gripe também vem aumentando, observa-se crescimento somente entre crianças e adolescentes. No Rio de Janeiro, no entanto, também há um ligeiro aumento em algumas faixas da população a partir de 60 anos, embora incipiente e ainda compatível com cenário de oscilação nesse grupo.
Dez das 27 capitais apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até a SE 39: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e São Paulo (SP). Nas demais, o sinal é de queda ou estabilidade na tendência de longo prazo, e de estabilidade nas semanas recentes (curto prazo).
*Redação
Foto: Getty Imagens