Osid pode fechar as portas em dois meses por não conseguir custear piso de enfermagem

Osid pode fechar as portas em dois meses por não conseguir custear piso de enfermagem

16/08/2022 0 Por Redação

 

Maior legado deixado por Santa Dulce dos Pobres e um dos maiores complexos de saúde do Brasil com atendimento 100% gratuito, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) podem fechar as portas dentro de dois meses. 

A instituição filantrópica, que desde o início do ano já havia alertado a sociedade para a pior crise financeira da sua história, afirmou que enfrenta hoje uma situação desesperadora com a promulgação da lei que instituiu o piso salarial para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiros.

Até junho de 2022, o déficit acumulado da entidade era de R$ 13 milhões, com previsão de chegar a R$ 26 milhões até o final do ano. Contudo, com o piso salarial dos profissionais de enfermagem sancionado, a projeção aponta agora para um déficit acumulado da ordem de R$ 42 milhões para dezembro deste ano.

“Antes da promulgação da lei o cenário já era angustiante, por conta do subfinanciamento do SUS, cujo contrato não é reajustado há 5 anos; pela chegada da pandemia do novo Coronavírus; e pelo avanço da inflação nos preços dos insumos, como material hospitalar e medicamentos”, explicou a superintendente da OSID e sobrinha de Irmã Dulce, Maria Rita Pontes.  

“Agora, com o piso salarial, que foi instituído sem que fosse disponibilizada nenhuma fonte de custeio para fazer frente às novas despesas, não teremos outra alternativa a não ser encerrar o atendimento prestado pela instituição. Somos testemunhas do amor e da assistência de qualidade que os profissionais de enfermagem dedicam aos enfermos e mais necessitados. Entretanto, a situação tornou-se insustentável, pois não temos recursos para custear essas novas faixas salariais”, complementou Maria Rita.

A Osid alerta que a instituição pode chegar ao fim dentro de poucos meses. A organização filantrópica, cujas raízes datam de 1949 responde hoje pelo acolhimento a quase 3 milhões de pessoas por ano na Bahia.

São pacientes oncológicos, idosos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, pessoas em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas, crianças e adolescentes em risco social, entre outros públicos, que terão interrompida uma assistência totalmente gratuita e humanizada. Da mesma forma, o fechamento das Obras Sociais Irmã Dulce significará o desligamento de quase 7,5 mil profissionais que atuam na OSID.

 

*Com as informações do Metro 1

*Foto: Divulgação