Calor e baixa umidade do ar exigem hidratação e alimentação saudável
16/08/2022
Quem vive nas regiões brasileiras com clima mais árido sabe que, assim que o mês de agosto chega, as temperaturas sobem e a umidade do ar vai lá embaixo. É que em algumas regiões do País o inverno coincide com o tempo mais seco. Nesta semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta amarelo e laranja para baixa umidade em alguns estados, o que significa que o índice está entre 30% e 20%. O ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é 60%.
Quem não gosta nada desse período seco é o estudante de educação física Yuri Monteiro, de 24 anos, morador de Taguatinga/DF. Yuri conta que nem o seu sono escapa de ser prejudicado. “Acordo com a garganta seca. Meu nariz também fica muito ressecado. Chega a dar feridas. Trabalho 5h como instrutor em uma academia, em ambiente com ar-condicionado e ventilador, o que acaba ressecando a garganta ainda mais”, afirma.
A estudante de nutrição Maria Beatriz Oliveira, 24 anos, moradora do Lago Norte, em Brasília/DF, relata ter dores de cabeça frequentes, principalmente se for num dia em que ela não consegue beber bastante água. “Com a poeira, eu vivo em crises de espirro. A garganta seca e a boca fica inteira rachada. Além disso, a baixa umidade afeta a minha asma e eu fico com crises de falta de ar”, conta.
O perigo da baixa umidade do ar é justamente o aumento da incidência de doenças respiratórias, como a relatada por Maria Beatriz. Para encarar esse período, a nutricionista Laila Lemos, pós-graduada em nutrição esportiva e funcional, explica que é preciso ficar em alerta quanto à ingestão de água no período de estiagem, já que o próprio corpo sinaliza mais vezes a necessidade de hidratação. “A desidratação pode gerar diferentes sintomas no nosso corpo, como cansaço, fome e falhas no sistema circulatório. Se for continuada, a desidratação pode ter efeitos a longo prazo na saúde”, explica a nutricionista.
Para evitar tais problemas, Laila dá algumas dicas:
- Ande sempre com uma garrafinha de água;
- Para ter uma noção da quantidade de água que você deve beber ao longo do dia, multiplique o seu peso por 35ml;
- Não vale beber 2 litros de água de uma vez, o consumo deve ser fracionado;
- A temperatura da bebida indefere na hidratação, porém, não vale achar que beber 2 litros de chá ou café é a mesma coisa que beber dois litros de água;
- A água que ingerimos deve vir predominantemente do consumo de água como tal e da água contida nos alimentos e preparações culinárias.
Alimentação adequada
A maioria dos alimentos in natura, minimamente processados e das preparações desses alimentos, têm alto conteúdo de água. O leite e boa parte das frutas contêm de 80% a 90% de água. Verduras e legumes cozidos ou na forma de saladas costumam ter mais do que 90% do seu peso em água. Um prato de feijão com arroz é constituído de dois terços de água. Sendo assim, uma boa pedida para esse período mais seco.
Os alimentos ultraprocessados são, em geral, escassos em água, exatamente para que durem mais nas prateleiras. Refrigerantes e vários tipos de bebidas adoçadas possuem alta proporção de água, mas contêm açúcar ou adoçantes artificiais e vários aditivos, razão pela qual não podem ser considerados fontes adequadas para hidratação.
“Nesse tempo seco, aposte em vegetais e frutas que contêm mais água em sua composição para auxiliar na hidratação, como pepino, alface romana, aipo, rabanete, abobrinha, tomate, couve-flor, espinafre, brócolis, cenoura, brotos, carambola, melancia, morango, abacaxi, mirtilo, kiwi, maçã, pera e uva”, sugere Laila Lemos.
A melhor opção para a ingestão de líquidos é a água pura. E para quem acha que beber tanta água é um sofrimento, a nutricionista dá uma dica de ouro: “vale apostar em água temperada, com rodelas de limão ou folhas de hortelã, por exemplo. Também há opções de sucos refrescantes como melancia com hortelã, laranja com acerola e manga com limão. As frutas também vão te ajudar a repor os nutrientes perdidos no calor”, explica.
Atividade física
Em algumas situações muito críticas, a umidade pode ser tão baixa que talvez seja necessária a suspensão de atividades que exijam maior esforço físico. Por isso, deve-se evitar atividades externas no período de maior exposição ao sol. Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda que, durante a seca, a população evite exercícios físicos ao ar livre entre 10h e 16h.
O sangramento nasal também é comum durante a seca. Se isso acontecer, a primeira medida a ser tomada é sempre conter, pressionando a narina do lado que está sangrando por alguns minutos, esperando que pare espontaneamente. Se o sangramento for mais agudo, o conselho é usar um tampão nasal, que pode ser feito com algodão, papel higiênico macio ou lenço de papel. Caso o sangramento não pare, é necessário recorrer ao serviço de saúde.
*Redação
Foto: Divulgação