Trocar sal de cozinha por cloreto de potássio pode reduzir em 11% o risco de derrame, aponta estudo
11/08/2022
O simples ato de trocar o sal comum (cloreto de sódio) por outro salgante pode reduzir a pressão arterial e proteger contra doenças cardíacas que causam derrame e até morte, sugere estudo publicado na última terça (9/8) na revista científica Heart.
Não é novidade que o consumo de sal, especialmente em quantidades elevadas, leva ao aumento da pressão arterial e, consequentemente, a problemas no sistema cardiovascular, aumentando o risco de morte precoce.
Na pesquisa recém-publicada, cientistas mostram que trocar o cloreto de sódio por cloreto de potássio, um dos substitutos do sal de cozinha, ajuda a diminuir os riscos à saúde.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os cientistas analisaram 21 ensaios clínicos envolvendo quase 32.000 participantes, publicados até agosto de 2021, que traziam relatos dos efeitos dos substitutos do sal na pressão arterial.
A equipe descobriu que os substitutos do clore de sódio reduziram a pressão arterial em todos os participantes, independentemente da região, idade, sexo, peso e fatores de risco associados ao sistema cardiovascular.
Nenhum efeito adverso foi detectado a partir do aumento da ingestão de cloreto de potássio. No entanto, esse substituto do sal gerou preocupação no público que sofre de problemas renais, já que devem limitar a ingestão de potássio.
Ao restringir a análise a 24.000 participantes, os pesquisadores descobriram que o uso do substituto do sal de cozinha pode reduzir o risco de ataque cardíaco, derrame e morte precoce por qualquer causa em 11%, revela o The Guardian. O risco de doença cardiovascular baixou em 13%.
No ano passado, um estudo publicado no periódico científico The New England Journal of Medicine, envolvendo mais de 20.000 voluntários com pressão alta de 600 vilarejos na China, encontrou resultados semelhantes. Ainda assim, não ficou claro se os benefícios dos substitutos do cloreto de sódio seriam os mesmos em populações do mundo todo.
“É improvável que esses achados reflitam apenas o acaso e apoiem a adoção de substitutos do sal na prática clínica e nas políticas de saúde pública como uma estratégia para reduzir a ingestão de sódio na dieta, aumentando o consumo de potássio, para reduzir a pressão arterial e prevenir eventos cardiovasculares maiores”, afirmam os cientistas no estudo publicado na Heart, citados pelo jornal britânico.
De acordo com estimativa do Ministério da Saúde, em 2021, a hipertensão arterial sistêmica atingia mais de 38 milhões de pessoas no Brasil.
*Com Trendsbr
Foto: Getty Images/iStockphoto