Salvador lança protocolo de combate à varíola dos macacos

Salvador lança protocolo de combate à varíola dos macacos

03/08/2022 0 Por Redação

 

Nesta quarta-feira, 3, a Secretaria de Saúde de Salvador lançou um protocolo de combater a varíola dos macacos, doença em surto mundial que já alcançou o Brasil e conta com casos confirmados na capital baiana. O objetivo é evitar a disseminação do vírus e promover ações de detecção, tratamento e monitoramento da doença.

A principal estratégia da Secretaria de Saúde está na definição de 28 unidades básicas de referência para atendimento e coleta laboratorial e 16 unidades de urgência e emergências, que funcionarão a partir da próxima segunda-feira, 8 (veja unidades abaixo). 

Além disso, os profissionais de atenção primária estão em processo de capacitação e profissionais de urgência já estão capacitados, de acordo com a SMS. 

“Já vínhamos seguindo os protocolos da OMS e do Ministério da Saúde, mas o nosso protocolo serve para definir os locais de atendimento e quando as pessoas devem procurar as unidades de saúde para realizar a testagem e receber atendimento médico. O protocolo não é feito para causa pânico na população, já que os casos tem se mantido leves”, afirmou em coletiva o secretário de Saúde da capital baiana, Decio Martins. 

Até a segunda-feira, 1º, Salvador apresentou 67 casos notificados, destes 9 confirmados, 15 foram descartados e 43 estão em avaliação, esperando resultado. Essas pessoas foram orientadas a entrar em isolamento. Dos casos confirmados, quatro são considerados curados de acordo com o período de 21 dias estabelecido pelo Ministério da Saúde. 

“Apesar de muitos casos registrados, até o momento são poucos casos graves e poucas mortes, apenas cinco, uma delas no Brasil. Não temos a corrida que tivemos em relação a Covid-19 em relação a corrida de leitos para evitar um outro quadro com as mutações do vírus”, afirmou a gerente do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Salvador (CIEVS/Salvador), Cristiane Wanderley. 

Veja unidades de atendimento

A principal estratégia da Secretaria de Saúde está na definição de 28 unidades básicas de referência para atendimento e coleta laboratorial e 16 unidades de urgência e emergências, que funcionarão a partir da próxima segunda-feira, 8 (veja unidades abaixo). 

Além disso, os profissionais de atenção primária estão em processo de capacitação e profissionais de urgência já estão capacitados, de acordo com a SMS. 

nidades básicas de referência para coleta: USF Lealdina Barros e USF Clementino Fraga (Distrito Barra/Rio Vermelho); USF Olga de Alaketu (Distrito Brotas); USF São Gonçalo, USF Mata Escura e USF Doron (Distrito Cabula Beiru); USFNelson Piahuy (Distrito Cajazeiras); USF Itapuã, USF Jardim Campo Verde e USF Mussuruga I (Distrito Itapuã); USF Cambonas, USF Castelo Branco e USF São Marcos (Distrito Pau da Lima); USF Ilha Amarela, USF Ilha de Maré, USF Bom Jesus dos Passos, USF Paramana e USF Teotônio Vilela II (Distrito Subúrbio Ferroviário). 

Unidades de Urgência e Emergência: UPA Adroaldo Albergaria, UPA Paripe, UPA Santo Antônio, UPA Barris, UPA Brotas, UPA Hélio Machado, UPA Pirajá, UPA Santo Inácio, UPA Valéria, UPA San Martin, UPA Parque São Cristóvão, PA Rodrigo Argolo, PA Dr. Edson Teixeira, PA Maria Conceição Imbassahy, PA Alfredo Bureau, PA Orlando Imbassahy e PA São Marcos. 

Diagnóstico e tratamento

A recomendação da SMS é que as pessoas procurem os pontos de atendimento e coleta após os surgimentos das bolhas, características da doença, e que podem aparecer em qualquer região do corpo. “Às vezes uma ou duas bolhas já são suficientes para a população procurar as unidades de saúde”, falou Cristiane Wanderley.

Com apenas quatro laboratórios em todo o país com tecnologia para detectar o vírus, Salvador precisa enviar os seus testes para a Fiocruz do Rio de Janeiro, o que tem levado em média uma semana para receber os resultados. Com isso, o isolamento deve acontecer já com casos suspeitos, sem esperar a confirmação laboratorial.

A coleta para os teste da doença é feito através de swab (cotonete), só que diferente da Covid-19, em que o swab é inserido no nariz, para detectar a varíola dos macacos é necessário realizar a testagem nas bolhas. 

“A doença tem vários sintomas que podem se confundir com outras enfermidades, como a própria Covid-19. A característica principal é a erupção de bolhas. Não há um público específico para a doença, já que o contágio acontece de várias formas. A orientação é que as pessoas em contato com pessoas contaminadas usem máscaras e luvas”, pontuou o secretário da Saúde. 

De acordo com a SMS, no período em que o paciente está assintomático, ele não transmite a doença. A transmissão acontece enquanto houver lesão na pele. Só para de transmitir quando a pele está cicatrizada e recuperada das erupções. 

Os pacientes com casos leves terão tratamentos para os sintomas, já que não existe uma medicação específica para a doença. O Brasil receberá, por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para, que ainda não tem eficácia comprovada para o tratamento da varíola dos macacos, mas tem sido utilizado nos Estados Unidos. 

As medidas de prevenção do protocolo da SMS incluem reduzir o número de parceiros sexuais, evitar contato físico com as pessoas, evitar tocar nas feridas, entre outras de higiene utilizadas como prática por conta da Covid-19. A higienização das peles e das lesões podem ser realizadas com água e sabão. 

*via A Tarde
*Foto: Divulgação