Terapia com células-tronco mostra avanço contra diabetes

Terapia com células-tronco mostra avanço contra diabetes

01/12/2021 0 Por Redação

Em 18 de outubro, a farmacêutica americana Vertex Pharmaceuticals divulgou resultados de um transplante de células feito em um paciente com diabetes tipo 1. No caso desta doença, o pâncreas para de produzir insulina e a pessoa passa a depender de injeções do hormônio, normalmente aplicadas várias vezes ao dia, para sobreviver.

Os resultados divulgados pela empresa ainda são de fase 1/2 – eles avaliaram a segurança do transplante – e não foram revisados por outros cientistas nem publicados em revista.

O paciente em questão, um homem de 64 anos, recebeu o transplante e, após 3 meses, diminuiu em 91% a quantidade necessária de insulina que recebia diariamente (de 34 unidades para apenas 2,9). Ele também passou a ter um controle significativamente melhor da quantidade de açúcar (glicose) no sangue.

Ele vai precisar, entretanto, tomar medicamentos imunossupressores – que inibem a ação do sistema imune, de defesa do corpo – pelo resto da vida (entenda em detalhes mais abaixo).

O caso foi relatado em uma reportagem publicada no último sábado (27) pelo jornal americano “The New York Times”, que o chamou de “cura” do diabetes tipo 1. (A própria farmacêutica não usa a palavra “cura para descrever o caso).

Apesar de representar um grande avanço no tratamento da doença, “a palavra ‘cura’ é muito forte”, explica o médico endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, que pesquisa diabetes tipo 1 na USP de Ribeirão Preto.

“O objetivo dessa pesquisa, em momento nenhum, é curar a diabetes. Vale destacar isso”, enfatiza. “Eles conseguiram nesse homem, de 64 anos, reduzir muito a dose de insulina. O principal desse estudo é que esse homem tinha muitos altos e baixos da glicose e vinha tendo várias hipoglicemias graves”.

Há 18 anos, Couri faz parte de um estudo que usou quimioterapia para “resetar” o sistema imunológico de pacientes com diabetes tipo 1 e permitir que eles vivessem sem precisar de insulina – ele reforça, entretanto, que, mesmo nesses casos, as pessoas não foram exatamente “curadas”.

 

*As informações são do G1

*Foto: Pixabay