OMS: Vacinados não estão imunes à 4ª onda da pandemia
24/11/2021O diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse durante entrevista coletiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quarta-feira (24/11) estar preocupado com a falsa sensação de segurança de que as vacinas acabaram com a pandemia de Covid-19.
“As vacinas salvam vidas, mas não evitam totalmente a transmissão da Covid-19”, disse. “Em muitos países e comunidades, estamos preocupados com a falsa sensação de segurança de que as vacinas acabaram com a pandemia da Covid-19 e que as pessoas vacinadas não precisam tomar quaisquer outros cuidados”, completou.
Segundo Tedros, dados que sugerem que antes da ascensão da variante Delta do novo coronavírus – a mais transmissível entre as identificadas até aqui –, as vacinas reduziam a transmissão em cerca de 60%. Com a Delta, isso caiu para aproximadamente 40%.
“Se você for vacinado, terá um risco muito menor de Covid grave e morte, mas ainda corre o risco de ser infectado e infectar outras pessoas. Continue a tomar precauções. Isso significa usar máscara, manter o distanciamento, evitar multidões e encontrar outras pessoas do lado de fora, se puder, ou dentro, mas em um espaço bem ventilado”, afirmou.
Na última semana, mais de 60% de todos os casos de Covid-19 e mortes pela doença registradas em todo o mundo tiveram origem na Europa. O aumento já pressiona o sistema de saúde de alguns países. Embora a Europa seja novamente o epicentro da pandemia, Tedros afirma que nenhum país ou região está fora de perigo.
“É importante que todos os países aumentem a vacinação agora e garantam que as medidas corretas estejam em vigor para evitar piores consequências em ondas futuras“, disse.
Maria Van Kerkhove, diretora técnica da OMS também destacou a importância de aumentar a cobertura vacinal e preservar as medidas de proteção nos locais onde há alta circulação do vírus. A infectologista destacou que a estratégia é importante para proteger as populações das sequelas deixadas após a infecção do novo coronavírus, quadro conhecido como Covid persistente ou longa.
“Quanto mais pessoas se infectarem, maior será o número de pessoas com Covid prolongada. Ainda não sabemos quantas pessoas vão sofrer disso”, disse Maria Van Kerkhove.
*Redação
*Foto: FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images