Carnaval deve ser realizado com 90% da população vacinada, recomenda Fiocruz
23/11/2021
Nesta terça-feira (23), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia) enviou um ofício à Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos da Câmara Municipal de Salvador recomendando que o Carnaval da cidade seja realizado em um cenário em que 90% da população seja vacinada em segunda dose. O documento foi lido durante audiência pública realizada hoje pela Comissão Especial e pela Comissão do Carnaval no Centro de Cultura da Câmara de Salvador.
No ofício, a Fundação sugere que dois cenários sejam considerados na organização do Carnaval: o primeiro com a pandemia controlada, com realização de atividades “normais” ou com agravamento da pandemia, com atividades limitadas.
“Temos trabalhado com o parâmetro de pelo menos 80% das pessoas com esquema vacinal completo para se ter maior segurança. Considerando que o carnaval é um evento de massa, com muitas aglomerações e circulação de pessoas (de outros estados e países), consideramos muito importante que a vacinação tenha avançado mais ainda, com pelo menos 90%”, escreveu a Fiocruz no ofício, que foi assinado pela Diretora do Instituto Gonçalo Moniz, Marilda de Souza Gonçalves, da Fiocruz-Bahia.
Marcada por equilíbrio e diálogo, na audiência os convidados da saúde trouxeram dados sobre o cenário da pandemia na Bahia e em Salvador, discutiram os indicadores atuais e históricos e opinaram pela maior cautela no anúncio da realização do Carnaval em 2022.
Os representantes do Carnaval, no entanto, destacaram a importância de se anunciar uma decisão embasada na ciência e que parâmetros concretos fossem definidos para acompanhamento e comparação. Na próxima segunda-feira (29) a Comissão se reunirá para debater o relatório da audiência pública de hoje e fazer encaminhamentos sobre o Carnaval.
Durante a audiência, o vereador Claudio Tinoco destacou que a Comissão está atenta ao que ocorre em outros países, já que a pandemia é mundial, que considera a vacina fundamental para dar maior segurança e conforto à população, mas que o compromisso com a cultura, música e com categorias que, muitas vezes, têm no Carnaval uma oportunidade de trabalho com maior retorno financeiro, principalmente neste período pós-impacto econômico grande.
“Esperamos que o governador e o prefeito possam se reunir em breve para tratar esse assunto e que, com base nos dados apresentados pelas secretarias, possam decidir e trazer uma resposta à população sobre o Carnaval”, disse Tinoco.
*Com Bahia.ba
Foto: LatinContent via Getty Images