‘Paciente zero’ da Covid-19 vendia frutos do mar em Wuhan, diz estudo
19/11/2021O primeiro caso de Covid-19 identificado na cidade chinesa de Wuhan é o de uma vendedora que trabalhava no mercado de frutos do mar e que adoeceu no dia 11 de dezembro de 2019, segundo o virologista Michael Worobey, em um artigo publicado na prestigiada revista Science.
Esses dados, assim como a análise dos primeiros casos de covid-19 na cidade, claramente inclinam a balança para uma origem animal do vírus, indicou Worobey. Desde o início da pandemia, especialistas debatem a origem do vírus, na ausência de evidências definitivas.
O próprio Worobey pertencia a um grupo de 15 especialistas que publicou um artigo na revista Science em meados de maio pedindo uma séria consideração da hipótese de um vazamento de um laboratório em Wuhan.
Agora, destacou ele, sua pesquisa “fornece fortes evidências a favor da origem da pandemia a partir de um animal vivo” nesse mercado.
Uma das críticas a essa teoria, acrescentou, baseava-se no seguinte argumento: como as autoridades sanitárias alertaram sobre casos de uma doença suspeita vinculada ao mercado a partir de 30 de dezembro de 2019, foi introduzido um viés que levou à identificação de mais casos naquele local do que em outros, centrando a atenção nele.
Para contornar esse viés, Worobey analisou os casos notificados por dois hospitais antes do alerta ser feito. Porém, esses casos também estão intimamente relacionados ao mercado, e os que não o estão localizam-se ao seu redor.
“Nesta cidade de 11 milhões de habitantes, metade dos primeiros casos está relacionada a um lugar do tamanho de um campo de futebol”, ressaltou Worobey em entrevista ao New York Times. “Fica muito difícil explicar essa tendência se a epidemia não tiver começado nesse mercado”.
*Via A Tarde com informações da AFP
*Foto: NOEL CELIS / AFP