Aborto espontâneo repetido atinge 5% das mulheres e requer investigação

A chance de uma mulher sofrer aborto natural é de cerca 20%. Entretanto, quando o aborto acontece mais de uma vez, quer seja consecutiva ou não, a recorrência acende alerta, preocupa e precisa ser investigada.

Segundo o IVI – RMANJ, instituição médica especializada em reprodução humana, as causas que levam ao aborto de repetição podem ser diversas e demandam a atenção do casal. A médica do IVI Salvador, Dra. Isa Rocha, explica que o problema atinge uma a cada cinco mulheres, mas não pode ser considerado normal.

“Se ocorreu, algo pode estar errado. É claro que cada organismo reage de uma forma ao processo de gestação e inúmeros fatores devem ser levados em consideração. Mas ao sofrer um aborto, a mulher precisa já ligar o alerta e investigar”, disse ao A Tarde.

Ela explica que o problema pode atingir mães de primeira viagem e as que já tiveram filhos.

“Quando isso se verifica, é recomendado começar uma investigação mais séria junto aos médicos, para entender o que o está motivando”, afirma. 

O problema pode ser originado ainda devido a alterações uterinas, como malformações, miomas, pólipos, entre outros. Fatores como alterações endócrinas e metabólicas também precisam ser avaliados. Questões relativamente simples, como uma diabetes não controlada, aumentam consideravelmente o risco de perda e muita gente não se atenta a isso. 

As disfunções da tireoide, se não controladas, também são um problema. Ainda na esfera das alterações endócrinas, avaliar o índice de prolactina também é importante. Esse hormônio que age na maturação folicular, se muito alto ou muito baixo, também potencializa os abortos.

“A dor emocional é muito grande, mas o melhor caminho é investigar o que causou o aborto de repetição. Sabemos que casais ficam destroçados quando vivem essa experiência de perder bebês de várias gestações. Alguns até desistem. Mas não é necessário abrir mão do sonho. Basta procurar ajuda e se fortalecerem como casal”, relata a Dr.

A médica ressalta que é importante que o casal mantenha hábitos de vida mais saudáveis e equilibre a alimentação, com uma dieta balanceada, mas os tipos de tratamento são distintos e podem variar de caso a caso.

“É preciso entender o que aquele casal detectou, o que estava provocando o aborto de repetição e agir tratando para que o futuro traga a felicidade da conquista da gestação plena e da realização do sonho de uma família maior”.

*Redação

*Foto: Reprodução