Mulheres pedem indenização de 30 milhões de euros da Bayer por contraceptivo Essure
30/07/2021
Um grupo de 330 brasileiras está pedindo à farmacêutica multinacional Bayer uma indenização de 30 milhões de euros (cerca de R$ 184 milhões) pelos efeitos colaterais relacionados ao contraceptivo Essure. A carta enviada à sede da empresa na Alemanha é uma tentativa de acordo extrajudicial, antes que o caso seja levado à Justiça. A Bayer já fez acordos semelhantes nos Estados Unidos.
Segundo o escritório de advocacia PGMBM, responsável pelo caso, a empresa sabia dos defeitos graves relacionados ao dispositivo e o slogan “Se é Bayer, é bom” deu falsa sensação de segurança às pacientes, que dizem não terem sido informadas sobre os efeitos colaterais do contraceptivo.
Muitas delas apresentaram sintomas como ruptura, deslocamento e expulsão do dispositivo, perfuração interina, forte dor abdominal, sangramentos, reações alérgicas, náuseas, desmaios, gravidez ectópica e problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e pensamentos suicidas. Boa parte das pacientes precisou fazer uma cirurgia para retirar o contraceptivo e, em alguns casos, foi necessário remover completamente o útero.
“As evidências mostram que a Bayer estava ciente dos riscos de complicações graves, mas não informou a contento o público ou os profissionais de saúde que administravam o dispositivo. Quando a verdade veio à tona, a Bayer retirou o Essure do mercado, mas era tarde demais para as centenas de mulheres que representamos, que são apenas a ponta do iceberg das pessoas afetadas”, afirma Bruna Ficklscherer, advogada da PGMBM.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Bayer diz que a prioridade da farmacêutica é a segurança e eficácia dos produtos, e que se solidariza com os pacientes que tiveram algum problema de saúde decorrente do uso.
“A empresa confia no conjunto de evidências científicas do Essure e pretende se defender no tribunal, caso haja ações judiciais. A Bayer defende a segurança e eficácia do Essure, demonstradas por um corpo robusto de estudos científicos. Esse conjunto de dados inclui os resultados de 10 ensaios clínicos e mais de 70 estudos observacionais acompanhando pacientes em situação de uso real, conduzidos pela empresa e pesquisadores independentes nos últimos 20 anos, envolvendo mais de 270 mil mulheres”, afirma a nota. “Mulheres com Essure podem continuar confiando nele para sua saúde reprodutiva e devem conversar com seus médicos se tiverem alguma dúvida ou preocupação.” *As informações são do Metrópoles.com
*Foto: Reprodução