Mulheres correm mais risco de desenvolver infecção urinária de repetição, diz especialista
13/07/2021
Ardor, dor ao urinar, vontade de ir ao banheiro a todo instante com pouco volume, urina com cheiro forte ou sangue são sinais de que uma pessoa deve estar com infecção urinária. Um exame solicitado por um médico irá confirmar a suspeita e dar andamento ao tratamento indicado. As mulheres são as mais afetadas, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, mas crianças, principalmente os recém-nascidos, e os idosos costumam apresentar o problema.
De acordo com a médica Thaís Guimarães, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, “é muito comum que nossa uretra seja colonizada por bactérias do trato gastrointestinal. Isso ocorre porque, tanto na mulher quanto no homem, a uretra é muito perto do ânus, por onde saem as fezes. Quando essas bactérias conseguem penetrar através da uretra e chegar na bexiga, vão causar a infecção urinária, também conhecida como cistite. Se, através da bexiga, conseguir atingir os rins, vão causar a pielonefrite, infecção dos rins, que tende a evoluir para casos mais graves e necessita de internação”. O uso de sabonetes íntimos pode ajudar a minimizar o problema. “Por terem um PH ácido, podem propiciar uma mudança na microbiota ao redor da uretra, principalmente às mulheres que têm infecção urinária de repetição, já que diminuem a quantidade de bactérias presentes na região.”
Uma pessoa que tenha mais de três infecções urinárias em seis meses, ou mais de seis em um ano, já apresenta infecção urinária de repetição. Nesse caso, é necessária uma investigação médica para verificar se não há nada que obstrua o sistema do trato urinário. Segundo Thaís, “a causa mais comum de patologia obstrutiva do sistema urinário é a presença de cálculos, popularmente conhecidos como pedras. Quando elas são pequenas, conseguem ser expelidas naturalmente, mas, às vezes, as pedras muito grandes necessitam ser retiradas cirurgicamente”. Uma boa higiene íntima da região genital após uma evacuação ou uma relação sexual é a melhor maneira de prevenir infecções. O controle do diabete também é muito importante para minimizar o problema. Evitar o uso de roupas apertadas e de calcinhas úmidas também ajuda na prevenção, além de dificultar a proliferação de fungos e vulvovaginite.
*Com informações do Jornal USP
Foto: Getty Images