Exposição a agrotóxicos causa doenças como câncer e Parkinson, revela pesquisa
08/07/2021
Um estudo francês afirma que a exposição frequente a agrotóxicos pode levar ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, inclusive em bebês, e de doenças como Parkinson. Além disso, os produtos químicos podem causar distúrbios cognitivos.
A pesquisa foi iniciada em 2013 e atualizada recentemente. A nova versão foi publicada no fim de junho pela Inserm (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica). No total, os cientistas analisaram mais de 5.300 documentos. Para cada tema, os especialistas estudaram os dados epidemiológicos disponíveis para avaliar se havia uma presunção de ligação entre a exposição de diferentes populações a agrotóxicos e a ocorrência de uma determinada patologia.
Os pesquisadores concluíram que, em adultos, a exposição frequente a agrotóxicos tem forte ligação com o desenvolvimento de 6 patologias:
- linfoma não-Hodgkin (NHL);
- mieloma múltiplo;
- câncer de próstata;
- doença de Parkinson;
- distúrbios cognitivos;
- problemas pulmonares crônicos.
A exposição moderada pode fazer com que a pessoa desenvolva Alzheimer, transtornos depressivos e certos tipos de câncer (leucemia, sarcomas, no sistema nervoso central, na bexiga e nos rins), asma e patologias da tireoide. Mulheres ainda correm risco de terem endometriose.
A pesquisa mostrou que herbicidas e fungicidas são prejudiciais desde antes do nascimento. A exposição da gestante pode fazer com que o bebê tenha problemas motores, sensoriais, cognitivos e comportamentais (aumento de ansiedade, por exemplo). O bebê pode ainda desenvolver tumores do sistema nervoso central e leucemia.
O risco de exposição é maior para quem vive em áreas próximas a plantações, mas isso não significa que moradores de zonas urbanas não sejam afetados. Os pesquisadores afirmam que são precisos mais estudos para estabelecer a ligação entre as patologias e a exposição de quem vive em cidades.
A pesquisa concluiu ainda que existe a hipótese de que o glifosato seja um produto “genotóxico”, que afeta o genoma humano.
*Com informações do Poder 360
Foto: Robero Araújo/Gecom-AM