Agorafobia: Doença que acomete 1,7% da população geral
26/06/2021
A agorafobia é um transtorno de ansiedade que acomete 1,7% da população geral, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psicologia. A prevalência é considerada semelhante para homens e mulheres.
Porém, um estudo realizado em 2019 na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, identificou que o transtorno de ansiedade generalizada e a agorafobia tiveram as maiores taxas de prevalência das análises individuais, em especial entre as mulheres. Condições socioeconômicas, abuso de álcool e presença de doença crônica também estiveram associados à maior prevalência da agorafobia.
“Normalmente começa com uma preocupação em relação a sair de casa e estar em situações das quais (a pessoa) teria dificuldade de sair. Depois, começa a se restringir tanto o ambiente a um ponto tal que ela não saia mais de casa”, explica Carmen Beatriz Neufeld, coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental (Lapicc). Ela é professora associada do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, onde também fica o laboratório.
Embora o diagnóstico seja independente de outros transtornos de saúde mental, a agorafobia já foi considerada um qualificador para a síndrome do pânico. Atualmente, a agorafobia é definida como um medo desproporcional de uma situação, em relação ao nível real de risco.
“A ansiedade em si não é um sintoma, ela é uma característica humana! Agora, isso virar uma preocupação tão importante e repetitiva a ponto de ficar em casa e não ir mais a lugar nenhum, aí a gente começa a dizer que vira um sintoma. Porque há um sofrimento clinicamente associado”, afirma Carmen.
Pesquisa e intervenção
Desde 2008, o Lapicc tem por objetivo produzir conhecimentos cientificamente embasados do ponto de vista cognitivo-comportamental. Os estudos do grupo são direcionados tanto para avaliação quanto para intervenção em diferentes sintomas e transtornos mentais.
Outro foco de estudos do grupo é a promoção e a prevenção do aparecimento de sintomas. Carmen conta que há uma preocupação com crianças, adolescentes e com a orientação de pais e professores, para ajudar os adultos de referência a lidarem com as próprias emoções.
*Com informações de Jornal USP
Foto: rustycanuck