Acne afeta mais de 50% das mulheres adultas e casos crescem com a pandemia

Acne afeta mais de 50% das mulheres adultas e casos crescem com a pandemia

27/05/2021 0 Por Redação

 

A acne é uma doença de pele sempre associada aos adolescentes. “Na puberdade, o corpo passa por muitas mudanças e os hormônios ficam ‘enlouquecidos’. Por isso é tão comum que apareçam espinhas e cravos”, diz Carla Marconcini, gerente de marketing da Asepxia, marca especializada no cuidado da pele oleosa e acneica.

Mas esse problema está longe de ser exclusivo nessa fase da vida. Segundo estudo apresentado pela La Roche-Posay, 51% das mulheres entre 20 e 29 anos sofrem de acne, 35% entre 30 e 39 anos, 26% entre 40 a 49 anos e 15% acima dos 50 anos. “O principal fator é a influência hormonal, que estimula a produção de sebo das glândulas sebáceas”, explica Maira da Matta, diretora da La Roche-Posay. A menstruação, gravidez, menopausa e o início ou interrupção do uso de pílulas anticoncepcionais são condições que podem causar desequilíbrios hormonais.

Matta cita fatores externos como fumo, má alimentação, exposição excessiva ao sol e estresse como potencializadores da acne. Síndrome dos Ovários Policísticos, obesidade, diabetes, disfunções metabólicas, predisposição genética e o histórico de casos na adolescência também podem ocasionar sua incidência.

O problema não afeta apenas a aparência da pele acneica, com sinais como vermelhidão, manchas, lesões e cicatrizes. “O impacto psicossocial da acne pode ocorrer em todas as faixas etárias, até mesmo na vida adulta”, diz a diretora da La Roche-Posay. De acordo com a empresa, pessoas com acne têm 46% mais chances de desenvolver depressão e 50% dos pacientes com acne se isolam do mundo.

“A autoestima e a segurança podem ser afetadas pela acne, mas é importante dizer que o lado emocional tende a piorar o quadro da acne”, afirma a dermatologista Fabiana Seidl. “Quando estamos estressados ou ansiosos, liberamos uma quantidade maior de cortisol. Essa substância estimula a produção de hormônios androgênicos, que são responsáveis por aumentar a produção de sebo e, consequentemente, o surgimento ou o agravamento da acne”.

Além de procedimentos estéticos como o peeling e o uso de anti-inflamatórios, a médica lembra de cuidados básicos com a acne: lavar o rosto duas vezes ao dia, usar produtos específicos para o seu tipo de pele e aplicar filtro solar diariamente. E aí é que entram as marcas de cuidados com a pele, com itens focados na limpeza da pele, tratamento e prevenção da acne.

“Produtos para pele oleosa e acneica representam a segunda maior oportunidade no mercado de produtos cosmecêuticos, logo após os cuidados solares”, relata Celia Lopes, diretora de marketing da Bioderma. No último ano, outro fator pode ter impulsionado ainda mais a categoria. A executiva resume em uma palavra: mascne.

O uso de máscaras de proteção por conta da Covid-19 gerou uma epidemia de acne. “A mascne é resultado de poros obstruídos e da desidratação da pele. É um tipo de acne mecânica, causada pelo atrito e pelo abafamento da região onde a máscara fica – que fica mais quente e úmida, criando um ambiente para proliferação de bactérias e aumento da oleosidade”, explica Lopes.

“Em 2020, o mercado de produtos para o cuidado da pele com acne e oleosidade cresceu 17% em farmácias. A tendência é que continue crescendo, tanto no segmento de limpeza como no de tratamento”, aposta Marconcini.

Lopes também acredita no desenvolvimento do setor. “Pela característica da pele brasileira, predominantemente oleosa e com tendência à acne, este segmento sempre vai puxar inovações” diz. “Minha expectativa é que o conhecimento científico nos leve a produtos cada vez mais eficazes, acessíveis e seguros e, sem dúvida, teremos muitas novidades nos próximos anos”, finaliza a diretora da Biodema.

 

*Com informações do Brazil Beauty News

*Foto: Pixabay