Vacina experimental para asma está pronta para testes em humanos

Vacina experimental para asma está pronta para testes em humanos

18/05/2021 0 Por Redação

 

Uma vacina experimental contra asma está pronta para começar os testes em humanos. O protótipo, que passou nos testes em camundongos, oferece esperança para tratar com sucesso a doença pulmonar crônica, associada a centenas de milhares de mortes a cada ano.

“A ideia é estabelecer no futuro uma abordagem preventiva para populações em risco de desenvolver uma forma grave de asma”, disse o pesquisador de pneumologia e integrante da equipe de pesquisa Laurent Guilleminault, do Instituto de Doenças Infecciosas e Inflamatórias (Infinity) de Toulouse, na França.

Opções contra asma hoje

Pesquisas anteriores já mostraram que o dupilumabe, um anticorpo monoclonal usado no tratamento de eczemas – tipo de dermatose que se caracteriza por apresentar vários tipos de lesões na pele – também é eficaz no alívio dos sintomas e na melhora da função pulmonar em casos graves de asma.

O tratamento com dupilumabe bloqueia a sinalização da interleucina-4 (IL-4) e da interleucina-13 (IL-13) – moléculas de citocinas que desempenham um papel na resposta imune, mas que também estão envolvidas nas vias aéreas. Apesar das proteínas serem responsáveis pela nossa imunização, elas acabam causando uma obstrução nas vias aéreas ao tentar defender o corpo e, assim, piorando a situação alérgica, resultando em uma inflamação tipo 2.

A inflamação tipo 2 é uma forma mais grave que causa uma resposta alérgica sistêmica resultando no aumento das exacerbações da asma e diminuição da função pulmonar. A inflamação tipo 2 foi observada em cerca de 50 a 70% dos pacientes com asma.

Nos casos de asma alérgica, a exposição a ácaros, pólen e outros alérgenos pode produzir grandes quantidades dessas citocinas (proteínas), além de quantidades excessivas do anticorpo imunoglobulina E (IgE), promovendo inflamação nas vias aéreas e dificultando a respiração.

Tratamentos atuais x vacina

Os tratamentos com dupilumabe e anticorpos monoclonais (mAb) podem atenuar os sintomas causados pela asma, entretanto, requerem injeções contínuas para funcionar e tem um custo elevado. Já a vacina, com os mesmos objetivos, pode fornecer efeitos terapêuticos com boa relação custo-benefício em longo prazo.

“Vacinas conjugadas chamadas cinóides podem provocar uma resposta endógena de anticorpos neutralizantes de longa duração contra uma determinada citocina e podem ser uma alternativa favorável à administração terapêutica de mAb”, explicou os pesquisadores no artigo, que foi publicado na Nature Communications.

“Nossa hipótese é que uma vacinação dupla contra IL-4 e IL-13 [moléculas de citocinas] seria particularmente potente na redução da gravidade da asma crônica”, acrescentou.

*Com informações de Olhar Digital

Foto: Freepik