Olhos e boca secos podem ser sintomas da Síndrome de Sjögren

Olhos e boca secos podem ser sintomas da Síndrome de Sjögren

18/05/2021 0 Por Redação

 

O Saúde Sem Complicações, programa do Jornal USP, conversou recentemente  com o médico oftalmologista Eduardo Melani Rocha, e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, sobre a Síndrome de Sjögren, uma doença autoimune crônica que pode se apresentar sob duas formas, a primária e a secundária, e, apesar de ser pouco falada, é comum. É mais frequente em mulheres com idade média de 50 anos e nem sempre é grave.

Acredita-se que a redução dos hormônios sexuais possa ser um fator de risco, mas também complicam as investigações, uma vez que os hormônios são cíclicos.

Mesmo sendo uma síndrome mais comum em mulheres, pode ocorrer em ambos os sexos, portanto, todos devem ficar atentos aos sintomas: olhos e boca secos, dificuldade de engolir alimentos secos, fragilidade nos dentes, perda de paladar e, assim como outras doenças autoimunes, apresenta dores nas pequenas articulações e, ainda, feridas na pele. Segundo o professor Melani, estudo domiciliar realizado na região de Ribeirão Preto identificou que cerca de 40% das pessoas apresentavam um dos sintomas da síndrome (olho seco).

A Síndrome de Sjögren apresenta duas formas: a primária, quando apenas a síndrome afeta o indivíduo, ou seja, ele apresenta os sintomas de olhos e boca secos juntamente com exames laboratoriais positivos; já na secundária o paciente apresenta essas características e ainda possui lúpus, artrite reumatoide ou esclerodermia.

A forma secundária da síndrome é considerada mais complexa, por se diferenciar de acordo com cada doença relacionada. Pesquisa em andamento no Hospital das Clínicas da FMRP busca identificar se essa síndrome pode afetar também o sistema neural do paciente.

Eduardo Melani enfatiza que a síndrome de Sjögren não tem cura, apenas tratamentos paliativos para controlar o sistema de defesa do paciente. “Caso a pessoa apresente os sintomas de maneira conjunta é importante procurar um médico para avaliação e tratamento”, disse Melani.

*Com informações do Jornal USP

Foto: bluecinema