No mês de Conscientização da Tireoide, Cedeba promove webpalestra sobre hipotireoidismo
18/05/2021
Como se fosse um maestro, cujo trabalho é fundamental para o sucesso da orquestra, a tireoide, glândula localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão, controla todo o metabolismo. Por ser tão importante, 25 de maio é o Dia Internacional da Tireoide e, de 24 a 28 de maio, acontece a Semana Internacional de Conscientização da Tireoide.
O Dia Internacional da Tireoide foi criado em 2008 pela Federação Internacional da Tireoide para promover a conscientização e o entendimento dos problemas da tireoide. De acordo com a endocrinologista do Ambulatório de Tireoide do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), Ana Maria de Sousa Dias Andrade, “sempre que há uma data específica na área da saúde é uma forma de chamar atenção”. E, no dia 25 de maio, o mundo mostra a importância das doenças relacionadas à tireoide.
Programação do Cedeba
Na programação do Cedeba, por meio da Coordenação de Educação em Diabetes e Apoio à Rede (Codar), de educação continuada para os profissionais da Atenção Primária de Saúde (APS), a tireoide é o tema deste mês. Nesta terça-feira (18), às 15 horas, a endocrinologista Débora Angeli fará webpalestra sobre “Hipoteroidismo: como identificar e acompanhar”. A atividade resulta de parceria do Cedeba com o Telessaúde Bahia.
Para acompanhar a webpalestra basta acessar o site telesssaude.ba.gov.br.
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Tireoide, ainda consta na programação da Codar/Cedeba, segundo a coordenadora Graça Velanes, videoaula da endocrinologista Roberta Lordelo, sobre “Nódulos da Tireóide”. Também em parceria com o Telessaude-Ba, o tema tireoide será foco no espaço “Perguntas do Cedeba”, que a Codar vem mantendo para ampliar a comunicação com os profissionais da APS.
Tireoide e coração
O tema da Campanha este ano é Tireoide e Coração. Tanto no hipertireoidismo (quando a tireoide libera hormônios em excesso) como no hipotireoidismo (produção insuficiente de hormônio), o coração é afetado com arritmias e aumento da pressão arterial, como explica Ana Maria de Sousa Dias Andrade.
“A tireoide influencia na vida desde a concepção. Há casos em que a infertilidade está associada a problemas na tireoide, glândula que interfere no desenvolvimento do feto e no crescimento da criança. A puberdade precoce é causada por distúrbio da tireoide. Além do coração, os hormônios produzidos pela tireoide – T3 e T4 – atuam na função de outros órgãos vitais como cérebro, fígado e rins. A tireoide interfere no funcionamento do trato gastrointestinal e no comportamento, estando associado a distúrbios depressivos. Aproximadamente um terço das pessoas com depressão tem disfunção da tireoide”, destaca a especialista.
No hipertireoidismo, como explicou a especialista, o organismo funciona “como se fosse um carro com o motor acelerado demais”: o coração bate mais rápido, a pessoa fica agitada, dorme menos, perde peso. O contrário acontece quando a produção de hormônio da tireoide é insuficiente: mais sono, pele fica ressecada, o peso aumenta.
De acordo com a especialista, as pessoas que sofrem com obesidade tendem sempre a culpar a tireoide, mas o distúrbio da importante glândula não é responsável por casos graves de obesidade. Ainda que a obesidade resulte de erro alimentar e sedentarismo, as pessoas tendem culpar a tireoide pelo problema.
No Ambulatório de Tireoide do Cedeba, onde são atendidos pacientes da capital e do interior encaminhados pela APS – depois das Policlínicas, o número de pacientes do interior diminuiu, mas ainda são maioria – há forte demanda para os casos de nódulos da tireoide. Segundo a endocrinologista Ana Maria de Sousa Dias Andrade, os nódulos menores que um centímetro nem exigem punção. “E 95% dos nódulos da tireoide são benignos. Mesmo nos casos de câncer de tireoide o prognóstico é bom, permitindo sobrevida longa”, acrescentou.
O tratamento do câncer de tireoide avançou .”Atualmente a “vigilância ativa” tem sido a opção em relação à cirurgia em alguns casos de suspeita de câncer, Antes, segundo a especialista, a cirurgia para remoção da tireoide era a opção. Hoje, mesmo em casos de cirurgia, a retirada da glândula pode ser total ou parcial, dependendo do caso.
“O importante é acompanhar a evolução do nódulo, como acontece com os pacientes atendidos no Ambulatório do Cedeba, já que o Centro de Referência conta com serviço de Ultrassonografia e Punção da Tireoide”, pontuou.
Além do exame físico, em que o médico avalia as condições da tireoide, exames laboratoriais (T3 e T4) também sinalizam se a tireoide está comandando “a orquestra” (o metabolismo) ou se há problema que pode comprometer alguns dos “instrumentos” (órgãos importantes).
*Redação
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