Após reuniões com Pfizer e AstraZeneca, Ministério da Economia disse não ser responsável por vacinas

Após reuniões com Pfizer e AstraZeneca, Ministério da Economia disse não ser responsável por vacinas

18/05/2021 0 Por Redação

 

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revela que o Ministério da Economia teve reuniões entre junho e agosto de 2020 com executivos de Pfizer e AstraZeneca para conversar sobre as vacinas contra a Covid-19 e disse às empresas que a compra não era uma responsabilidade da pasta, e sim do Ministério da Saúde.

Segundo a publicação, as informações estão em documentos da Economia enviados à CPI da Covid que dão mais detalhes sobre como membros do governo agiram no processo de compra das vacinas, consideradas cruciais pela própria equipe econômica para a recuperação da atividade do país.

A primeira reunião do Ministério da Economia com as empresas foi feita em 16 de junho com Fraser Hall, então presidente da AstraZeneca para o Brasil. A fabricante apresentou um plano voltado ao país envolvendo testes clínicos e negociação de vacinas.

A equipe econômica, liderada no encontro por Carlos Alexandre da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, respondeu que a pasta não era a responsável pelas compras. “O Ministério reforçou [à AstraZeneca] que a competência para aquisição de vacinas era do Ministério da Saúde”, afirmou a Economia à CPI.

Em 7 de agosto, menos de dois meses após o encontro com a AstraZeneca, a Economia teve outra reunião para tratar do assunto, dessa vez com a Pfizer. A fabricante foi representada por Carlos Murillo, gerente-geral da empresa no Brasil, e outros funcionários.

Foi a Pfizer, que já estava assinando contratos em outros países, quem procurou o ministério, que, novamente não entrou em tratativas. “A empresa foi informada na reunião que não cabe ao Ministério da Economia decidir sobre a compra de determinada vacina, pois se trata de uma decisão de saúde pública”, afirma a Economia no documento enviado.

O Ministério da Economia tem defendido até hoje que a negociação pela compra de vacinas não era uma função do ministro Paulo Guedes (Economia) ou da equipe. Segundo essa visão, os integrantes já tinham diferentes funções ligadas a cinco antigos ministérios (agrupados no guarda-chuva da Economia), inclusive relacionadas à pandemia e seus efeitos. (Com Bahia.ba)

 

Foto: Reprodução