EUA pressionou Brasil para não comprar vacina Sputnik V contra a Covid-19, diz site
15/03/2021
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos admitiu ter pressionado o governo brasileiro para rejeitar a compra da vacina russa contra a Covid-19, batizada de Sputnik V. O imunizante é produzido pelo Instituto Gamaleya. As informações são do portal Metrópoles.
Em relatório anual (acesse o link em inglês) sobre as medidas tomadas à frente da pasta, o departamento disse ter usado o Escritório de Assuntos Globais (OGA, na sigla em inglês) para “persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa Covid-19”.
A medida foi citada pelo secretário do ex-presidente Donald Trump (Republicano) como exemplo, entre as ações tomadas para “combater as influências malignas nas Américas”.
“O OGA usou as relações diplomáticas na região das Américas para mitigar os esforços dos Estados, incluindo Cuba, Venezuela e Rússia, que estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da segurança dos Estados Unidos”, assinalou.
“O OGA coordenou-se com outras agências governamentais dos Estados Unidos para fortalecer os laços diplomáticos e oferecer assistência técnica e humanitária para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses estados intencionados”, prosseguiu.
Na rede social do Twitter, o perfil oficial da vacina Sputnik V destacou acreditar que os países devem trabalhar juntos para salvar vidas. “Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e custam vidas”, afirmou.
Os ministérios da Saúde e das Relações Exteriores foram procurados pelo Metrópoles na manhã desta segunda-feira (15/3), mas ainda não se manifestaram. O espaço segue aberto.
Na última sexta-feira (12/3), a pasta federal da Saúde informou ter assinado um contrato para a aquisição de 10 milhões de doses da Sputnik V. O imunizante, no entanto, ainda não tem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
*Redação
*Foto: Bloomberg via Getty Images