Após dois erros médicos brasiliense se reinventa ao ficar paraplégica
01/03/2021
A máxima popular prega que dois raios não caem no mesmo lugar, tampouco atingem a mesma pessoa. Mas foi exatamente assim, duplamente sorteada na pior das loterias, que a brasiliense Isabela Fialho se sentiu ao ficar paraplégica após dois erros médicos.
O primeiro ocorreu durante uma cirurgia de redução das mamas, em 2016. “Na hora de aplicar a anestesia, o médico acertou um nervo das minhas costas. O equívoco só foi constatado depois do procedimento, quando eu cheguei em casa urrando de dor”, lembra a jovem.
O segundo aconteceu dois meses depois. “Queria me manter ativa e voltar à faculdade, mas a dor era paralisante. Por isso, me recomendaram um cateter de anestesia, para melhorar a minha qualidade de vida. Na hora da aplicação, no entanto, outro erro: o tubo atingiu a minha medula. Foi quando fiquei paraplégica”, contou Isabela ao Metrópoles. Isabela tinha 19 anos à época. Ela alega que ambas as falhas foram cometidas em uma clínica do Lago Sul.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), erros médicos afetam 138 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, são cerca de seis vítimas fatais por hora, de acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (Iess-UFMG), com dados de 2017 e 2018.
Os pais de Isabela entraram na Justiça para responsabilizar os culpados pela condição da filha. O processo terminou em um acordo entre as partes.
Superação
Graças a rede de apoio e a fé inabalável de que voltaria a andar, a brasiliense conseguiu recuperar o movimento das pernas. “Foram quatro anos de muita fisioterapia e doses cavalares de remédio, mas venci”, comemora. Ela diz ter resgatado 80% da mobilidade.
“Ainda faço sessões de fisioterapia e tenho cadeira de rodas, para dias que não me sinto tão bem. Porém, planejo aposentá-la de vez, doando-a para uma instituição de caridade, muito em breve”, revelou ao portal.
*Redação
*Foto: Reprodução / Metrópoles