Comer três ovos por semana aumenta risco de morte, aponta estudo
10/02/2021
Especialistas alertam que as gemas dos ovos são ricas em colesterol e gordura, o que pode por sua vez potenciar o aparecimento de câncer e a incidência de ataques cardíacos e derrames.
O estudo publicado no PLOSMedicine aponta que comer três ovos por semana aumenta o risco de morte prematura em um quinto.
Os dados apurados sugerem que aqueles que consumiam mais 300 miligramas de colesterol por dia – cerca de três ovos por semana – tinham uma probabilidade 19% mais elevada de morrer nos próximos 16 anos.
A mortalidade por câncer e doenças cardiovasculares aumentou em 24 e 16%, respectivamente.
Os especialistas têm agora incentivado as pessoas a consumir somente a clara de ovo ou preferir um substituto do ovo.
A pesquisa também revelou que quem consome ovos em grande quantidade estava mais propenso a uma série de outras doenças, incluindo doenças respiratórias, Alzheimer e diabetes.
O co-autor do estudo, o professor Yu Zhang, da Universidade de Zhejiang, China, disse: “neste estudo, a ingestão de ovos e colesterol foram vistos como um fator de mortalidade superior por todas as causas de doenças cardiovasculares e câncer”.
“O aumento da mortalidade associado ao consumo de ovos foi influenciado em grande parte pela ingestão de colesterol”, acrescentou.
Profissionais de saúde debatem
Há anos que os profissionais de saúde debatem a relação entre o consumo de ovos e saúde.
Sendo que na maioria dos estudos realizados recentemente, este alimento é considerado um alimento dietético saudável, e estão incluídos nas diretrizes alimentares nacionais de muitos países.
Mas o alimento, especificamente a gema, é rico em colesterol – o que pode ser prejudicial.
Segundo Zhang “os nossos achados sugerem limitar a ingestão de colesterol e substituir ovos inteiros pelas claras ou por outras fontes alternativas de proteína para promover a saúde cardiovascular e a sobrevivência a longo prazo”.
Em entrevista ao jornal The Sun Online, especialistas no Reino Unido advertiram para essas conclusões e acreditam que são necessárias mais pesquisas, visto que o estudo chinês não considerou a forma como os ovos eram preparados, por exemplo se eram cozidos, fritos ou mexidos.
O professor sénior na Aston Medical School, na Universidade de Aston, Duane Mellor afirmou que “a pesquisa apenas tentou estimar quantos ovos foram comidos – por isso não considerou se os ovos foram ingeridos como parte de um café da manhã frito ou cozido numa salada”.
*Redação
*Foto: Pixabay