Saúde incentiva doação de sangue antes de receber vacina contra a Covid-19
01/02/2021
Enquanto dá seguimento ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, o Ministério da Saúde incentiva que os brasileiros doem sangue no hemocentro mais próximo antes de serem vacinados. O apelo mais recente surge pelo impedimento temporário para que aqueles que receberam certos tipos de vacinas compareçam aos locais de doação.
Segundo o Ministério da Saúde, o tempo de inaptidão existe porque o micro-organismo da imunização, ainda que na forma atenuada, ainda circula por um período determinado no sangue do doador. Em caso de pacientes imunossuprimidos, há um risco de o receptor desenvolver a doença para a qual o doador foi vacinado.
O coordenador de sangue e hemoderivados do Ministério da Saúde, Roberto Firmino, explica a necessidade deste intervalo: “O modo de fabricação das vacinas pode levar riscos a um paciente que receba o sangue, tendo em visto que seu sistema imunológico já se encontra debilitado pela própria condição de saúde. Ao receber uma vacina, o organismo imediatamente desenvolve reações necessárias para que o imunizante tenha efeito, e estas reações podem levar a resultados imprecisos dos exames sorológicos ou tornar irreconhecível efeitos adversos da vacina ou alterações pós doação”.
A norma no Brasil determina dois períodos diferentes conforme o tipo de vacina aplicada:
– Após vacinas de vírus ou bactérias inativados, toxoides ou recombinantes – 48 horas.
– Após vacinas de vírus ou bactérias vivos e atenuados – 4 semanas.
O imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac funciona com vírus inativado, de modo que se encaixa no período de 48 horas. Já o tempo de inaptidão para as pessoas que receberem o imunizante da AstraZeneca/Oxford, produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é de quatro semanas, por se tratar de uma vacina de vetores virais.
“A população precisa estar ciente sobre os períodos de restrição para doação de sangue após receber a vacina. Por isso, enfatizamos a importância de os doadores fazerem suas doações antes de receberem a vacina. A doação de sangue é segura e não contraindica a vacinação, podendo inclusive receber a vacina logo em seguida à doação”, afirma Rodolfo Firmino.
MENOS DOADORES
A pandemia causou queda na doação de sangue. Com menos pessoas em circulação nas ruas, o Ministério da Saúde registrou diminuição de doadores nos hemocentros que, em 2020, variou entre 15% e 20%. Além disso, o primeiro mês do ano é considerado período de férias, quando também é esperada redução nos estoques de sangue.
O Ministério da Saúde esclarece que ainda não houve registro de desabastecimento no Brasil, mas alguns hemocentros já necessitam de apoio da população com certos tipos sanguíneos.
Por conta da pandemia, os hemocentros pelo país adotaram medidas de segurança para evitar aglomerações e outros fatores de propagação do coronavírus. Os doadores precisam agendar um horário de atendimento, via internet ou telefone (consulte o hemocentro da sua região para mais detalhes), e cada unidade passa pelo devido procedimento de higienização, tanto dos locais de circulação quanto para lavagem de mãos das pessoas.
“Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde, em conjunto com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicou Nota Técnica para inaptidão de pacientes com Covid-19 ou em convalescência, de modo a afastá-los dos centros de coleta por um período de segurança para manter o sangue, os doadores e os pacientes receptores ainda mais seguros”, acrescenta Firmino.
*Redação
*Foto: Pixabay