Em colapso, hospitais no AM ficam sem oxigênio e pacientes são transferidos

Em colapso, hospitais no AM ficam sem oxigênio e pacientes são transferidos

14/01/2021 0 Por Redação

 

Pacientes internados para tratamento do novo coronavírus no Amazonas não contam mais com o fornecimento de oxigênio, pois chegou ao fim a reserva dos cilindros no estado.

O o governador do estado, Wilson Lima (PSC), disse analista da CNN Renata Agostini que realizará a transferência desses pacientes de Manaus para hospitais de Teresina (PI), São Luís (MA), Brasília (DF), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Goiânia (GO).

O colapso do sistema de saúde do Amazonas se agrava um dia após a visita do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao estado.
Na quarta-feira (13), Pazuello disse que Manaus não estava enfrentando a pandemia de forma isolada do governo federal e anunciou que a imunização no país começa ainda em janeiro.

De acordo com a CNN , a empresa responsável pelo fornecimento de oxigênio aos hospitais públicos do Amazonas diz que não conseguiu suprir a demanda em razão da dificuldade na logística e no aumento do número de pacientes internados.

Nesta quinta-feira (14), o governo estadual anunciou que entrará na Justiça contra a empresa para obrigá-la a fornecer oxigênio para o estado.

O Ministério da Saúde fez uma parceria com o Sírio Libanês, que fez um mapeamento para o governo poder medir as ações e otimizar as demandas de oxigênio no AM.

Decisão Judicial

Ontem (13) o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) determinou que duas empresas produtoras de gás medicinal a manter o fornecimento de uma quantidade mínima do produto a um grupo de hospitais particulares de Manaus.

A Unimed de Manaus acionou a Justiça após ter sido informada na terça-feira (12) pela Nitron da Amazônia de que seria suspenso o fornecimento do oxigênio hospitalar devido à falta do produto. Na ação, a operadora alegou que tem contrato com a Nitron desde junho de 2019 e que esta é “a única fonte que abastece os hospitais da Unimed de Manaus” com este gás.

Segundo a Agência Brasil, a autora do pedido de tutela provisória afirma que a interrupção no fornecimento colocaria em risco a vida de pacientes, além de representar uma quebra do contrato em vigor.

Em decisão de hoje (13), o juiz plantonista Cezar Luiz Bandiera destaca a urgência da análise do pedido da Unimed Manaus ante a gravidade da pandemia da covid-19 no Amazonas.

“Impende [cabe] destacar que a gravidade da situação atualmente vivenciada no nosso estado impõe uma conduta proativa de todos, especialmente daqueles envolvidos com a área de saúde, com vistas a combater a disseminação do vírus e fornecer o tratamento adequado aos contaminados”, diz o juiz na sentença. “A situação é periclitante, uma vez que eventual não atendimento de pacientes com covid-19 na rede particular por falta de insumos os levará à rede pública ou à morte por falta de atendimento”, acrescenta Bandiera, antes de determinar que a Nitron da Amazônia forneça todo o oxigênio medicinal contratado pela Unimed Manaus, sob pena de multas diárias de R$ 40 mil.

 

*Redação

*Foto: MICHAEL DANTAS/AFP via Getty Images)