Planalto impõe sigilo de 100 anos a cartão de vacinação de Bolsonaro
08/01/2021
O Palácio do Planalto decretou sigilo de até cem anos ao cartão de vacinação do presidente Jair Bolsonaro e a qualquer informação sobre as doses de vacinas que ele tenha recebido. De acordo com o Congresso Em Foco, a decisão foi informada à revista Época em resposta a um pedido feito pela coluna de Guilherme Amado com base na Lei de Acesso à Informação.
Ao negar o envio das respostas, o Planalto alegou que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente, e impôs um sigilo de até um século ao material.
Em 13 de maio do ano passado, quando Bolsonaro ainda estava negativo para a doença e acompanhava presencialmente manifestações antidemocráticas na capital, os exames que comprovaram que o presidente não tinha covid-19 só vieram a público por determinação do ministro Ricardo Lewandowski.
O Planalto estava a dois dias de desrespeitar o prazo estipulado pela Câmara para divulgar os documentos.
Ontem (7), em sua live semanal, o presidente afirmou que o governo não vai impedir empresas privadas de venderem vacinas contra a covid-19 no Brasil. Ao seu lado, o ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, afirmou que considera a vacinação pela rede privada uma “ótima ideia”.
“Eu não vejo nada demais nisso aí […] A gente não vai criar problema no tocante a isso aí, se uma empresa quiser comprar lá fora e vender aqui, quem tiver recursos vai e toma vacina lá, mas nós vamos oferecer de forma universal e não obrigatória”, disse o presidente.
Em diversos momentos da transmissão, Bolsonaro demonstrou desconfiança em relação à vacina e defendeu o uso de medicamentos cuja eficácia contra covid-19 não é comprovada cientificamente. De acordo com o Congresso em Foco, o presidente chegou a dizer que uma das formas de combater a doença é ir à praia, onde é possível pegar sol e fortalecer a vitamina D no organismo. (Com informações do Congresso em Foco)
*Foto: EVARISTO SA | Crédito: AFP via Getty Images