Itamaraty nega proibição para importação de vacinas da Índia

Itamaraty nega proibição para importação de vacinas da Índia

05/01/2021 0 Por Redação

 

O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça-feira (5) que não há qualquer tipo de proibição oficial do governo da Índia para exportação de doses da vacina contra o novo coronavírus produzidas por indústrias farmacêuticas daquele país.

De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, reuniu-se ontem (4), em Brasília, com o embaixador da Índia, para tratar do assunto.

“As negociações entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Serum da Índia para a importação pelo Brasil de quantitativo inicial de doses de imunizantes contra a covid-19 encontram-se em estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro”, diz a nota, assinada pelo Itamaraty em conjunto com o Ministério da Saúde,.

Ontem (4), o chefe do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, chegou a dizer, por meio de nota, que as exportações estariam barradas pelo governo da Índia, até que parte da população local fosse imunizada. Na ocasião, a Fiocruz disse que o Itamaraty estava negociando a importação das doses da vacina com autoridades sanitárias da Índia.

A afirmação sobre restrições à exportação da vacina foi desmentida por Poonawalla em nota, assinada em conjunto com o diretor do laboratório indiano Bharat Biotech, Krishna Ella. A empresa produz outra vacina contra a covid-19, a Covaxin. A empresa negocia a venda de 5 milhões de doses da vacina para a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC).

Nesta terça-feira (05) o presidente do Serum Institute, da Índia, disse que “as vacinas podem ser exportadas para todos os países”.  

O Serum fabrica a vacina da AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford  e que já está sendo aplicada no Reino Unido.

“Quero esclarecer duas questões, pois há confusão no domínio público: as exportações de vacinas são permitidas para todos os países e um comunicado conjunto esclarecendo quaisquer mal-entendidos com relação à Bharat Biotech será feito”, escreveu Adar Poonawalla em sua conta no Twitter.

No dia 31 de dezembro de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação, em caráter excepcional, de 2 milhões de doses da vacina britânica da Oxford, produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz no Brasil). As doses importadas foram fabricadas na Índia. Em reunião com representantes da Fiocruz, a Anvisa disse que precisa de mais informações  para que o uso emergencial da vacina no Brasil seja aprovado.

*Redação

*Foto:  Geraldo Magela/Agência Senado