Fiocruz prevê pedido de registro da vacina oxford em poucos dias
29/12/2020
O vice-presidente de produção da Fiocruz, Marco Krieger disse à CNN, que o processo de aprovação da vacina de Oxford no Brasil segue o planejamento inicial da fundação, que é de fazer o registro em janeiro de 2021.
“Estamos em processo de submissão contínua de dados com a Anvisa, realizando, desde setembro, reuniões periódicas com a agência. Já enviamos todos os pacotes de dados sobre a vacina, falta agora o último pacote de informações, que pretendemos enviar até o dia 15 de janeiro,” disse a CNN.
“Temos expectativa de receber o registro mais ou menos dentro do planejado inicialmente, em janeiro de 2021.”
“Fórmula vencedora”
A farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve uma das vacinas experimentais contra Covid-19 em paceria com a Universidade Oxford, disse que encontrou a “fórmula vencedora” sem falhas na eficácia contra as formas graves da doença causada pelo coronavírus (Sars-CoV-2).
A declaração foi publicada neste domingo (27) em entrevista do diretor-geral da empresa, Pascal Sariot, ao jornal Sunday Times.
Ele disse ainda que a vacina garante uma “proteção de 100%” contra as formas graves de covid-19.
Segundo ele, o resultado surgiu após exames suplementares com o imunizante, cuja eficácia média da versão inicial foi anunciada em 70%.
Resultados
Nos resultados provisórios de testes clínicos em larga escala no Reino Unido e Brasil, o laboratório britânico anunciou em novembro que sua vacina tinha eficácia média de 70%, contra mais de 90% dos fármacos da Pfizer/BioNTech e Moderna.
Por trás do resultado médio estão grandes diferenças entre dois protocolos: a eficácia alcança 90% para os voluntários que receberam primeiro metade da dose e uma dose completa um mês depois, mas de apenas 62% para outro grupo vacinado com duas doses completas.
Os resultados foram criticados porque aconteceu um erro na injeção de meia dose, embora um grupo relativamente pequeno tenha seguido este protocolo. A empresa anunciou mais tarde que sua vacina exigia “estudos adicionais”.
A vacina Oxford/AstraZeneca é aguardada com impaciência porque é relativamente barata e não precisa ser armazenada a uma temperatura tão fria como a da Pfizer/BioNTech, por exemplo, que deve ser mantida a -70 graus.
O fármaco da AstraZeneca pode ser armazenado em condições de refrigeração (2 a 8 graus), o que facilita a vacinação em larga escala e em casas de repouso.
O Reino Unido foi o primeiro país ocidental a iniciar a imunização com a vacina da Pfizer/BioNTech, no início de dezembro. Agora conta com a segunda vacina Oxford/AstraZeneca para ganhar impulso e cortar a curva de aumento de casos atribuídos à nova cepa do coronavírus detectada em seu território.
Diante da mutação, “pensamos no momento que a vacina deve continuar sendo eficaz”, afirmou Pascal Soriot. “Mas não podemos ter certeza e faremos alguns testes”.
Ele garantiu que novas versões foram preparadas, mas espera que não sejam necessárias: “Você tem que estar preparado”.
*Redação
*Foto: Getty Imagens