Laboratórios devem ‘ir atrás’ para vender vacinas ao Brasil, diz Bolsonaro

Laboratórios devem ‘ir atrás’ para vender vacinas ao Brasil, diz Bolsonaro

28/12/2020 0 Por Redação

 

O presidente Jair Bolsonaro cobrou hoje dos fabricantes de vacinas contra Covid-19 que apresentem os pedidos de registro dos imunizantes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disse que a responsabilidade de tornar as vacinas disponíveis é dos laboratórios, e não dele.

Bolsonaro voltou a repetir a história de que as bulas de vacinas apontam que a responsabilidade sobre o uso do medicamento e possíveis efeitos colaterais são do consumidor e também que não irá tomar vacina, pois já contraiu covid-19.

Segundo o presidente, “o cheque de R$ 20 bilhões” para a compra de vacinas já foi assinado por ele.

“Tem muita gente de olho nesse dinheiro”, disse ele, sem citar nomes. “Impressionante como uma ou outra pessoa que a gente conhece, não vou dizer o nome aqui, jamais se preocuparia com a vida do próximo. A preocupação é outra. Não vou falar qual que é”, disse.

Bolsonaro repetiu que não está preocupado com o início da campanha de vacinação no País, pois o processo depende da Anvisa.

“Certas coisas você não pode fazer correndo, está mexendo com a vida do próximo. A imprensa meteu o cacete em mim. Agora se eu vou na Anvisa e digo ‘corre aí’, eu estou interferindo”, completou.

.O governo brasileiro vem sendo cobrado por só prever o início da vacinação em massa contra Covid-19 no final de fevereiro, enquanto diversos países –inclusive na América Latina, como México, Argentina e Chile– já estão começando a vacinar ou prevêem iniciar a vacinação nos próximos dias.

Na maioria dos casos, os países estão usando a vacina do laboratório Pfizer em parceria com a BioNTech, a primeira no mundo a obter registros emergenciais e começar a ser distribuída. Na Argentina, a vacinação deve começar com a vacina russa Sputnik V.

A Pfizer ainda não pediu o registro emergencial na Anvisa porque, segundo eles, o contrato para fornecimento do imunizante com o governo brasileiro ainda não foi fechado.

O governo brasileiro recebeu vários contatos do laboratórios a partir de agosto mas, segundo a Pfizer, não respondeu. Há cerca de um mês o Ministério da Saúde começou a negociar a compra de 70 milhões de doses –suficientes para vacinar 35 milhões de pessoas– mas ainda não fechou o contrato.

A previsão é de entrega de 8,5 milhões de doses no primeiro semestre, mas apenas cerca de 500 mil em janeiro, e o laboratório já informou que, agora, não tem condições de acelerar a entrega para o Brasil.

 

*Com informações da Reuters

*Foto: Andressa Anholete / Getty Images)