Segundo os jornais alemães Bild e Frankfurter Allgemeine Zeitung, a vacina da BioNTech e Pfizer deverá receber aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla original) em 23 de dezembro, uma semana antes da data prevista, que era dia 29.
Um anúncio que o ministro alemão da Saúde considerou ser “boa notícia”. Jens Spahn adiantou, em conferência de imprensa, que leu a data e lhe pareceu “ser plausível”, já que é “mesmo antes do Natal”.
O ministro tem pressionado o regulador europeu para acelerar a aprovação da vacina, tendo, no domingo, afirmado, em mensagens divulgadas na rede social Twitter, que a Alemanha criou mais de 400 centros de vacinação e ativou cerca de 10 mil médicos e equipes para iniciar a vacinação em massa, mas foi prejudicada pela falta de aprovação do órgão regulador.
O ministro admitiu que a situação foi “especialmente irritante” porque o uso da vacina desenvolvida pela BioNTech, da Alemanha, e pela farmacêutica norte-americana Pfizer foi autorizada em países como o Reino Unido, Estados Unidos ou Canadá, mas ainda está à espera de aprovação da Agência Europeia de Medicamentos, não podendo, por isso, ser usada na Alemanha ou em qualquer um dos 27 países da UE.
Hoje, Jens Spahn aumentou a pressão, juntando-se a uma importante associação de hospitais e legisladores para exigir que a agência aprove uma vacina contra o coronavírus antes do Natal.
“O nosso objetivo é que haja uma aprovação antes do Natal para que ainda possamos começar a vacinar este ano”, disse hoje o ministro.
“Uma vacina que foi desenvolvida na Alemanha não pode ser aprovada e ministrada (no país) só em janeiro”, reforçou a deputada federal do Partido Democrata Livre, Christine Aschenberg-Dugnus.
Também a Associação Alemã de Hospitais divulgou hoje um comunicado, exigindo que a União Europeia encurte o longo processo de aprovação e emita uma autorização de emergência para a vacina Pfizer-BioNTech.
A EMA agendou uma reunião para 29 de dezembro sobre vacinas, tendo a diretora-geral, Emer Cooke, garantido na segunda-feira que a sua equipa já está a trabalhar “24 horas por dia”.
Cooke acrescentou, no entanto, que o prazo para aprovação da vacina está constantemente em revisão, o que sugere que a data pode mudar.
“Pergunto-me se realmente precisamos de esperar até 29 de dezembro para obter a aprovação da vacinação na Europa – a Europa deve tentar obter uma autorização de emergência mais cedo”, defendeu o presidente da associação de hospitais, Gerad Gass.
A ansiedade crescente de Spahn surge em um nível em que a Alemanha tem batido recordes de novas infecções e mortes diárias e em que hospitais e grupos médicos de todo o país alertam para o fato de estarem a atingindo os seus limites no tratamento de doentes com covid-19.
Hoje, 4.670 pessoas com covid-19 estão sendo tratados nos cuidados intensivos alemães.
O país vai entrar em novo confinamento nacional rígido na quarta-feira (16), com escolas e muitas lojas fechadas até pelo menos 10 de janeiro, para impedir o aumento exponencial de infecções.
A Organização Mundial da Saúde afirma que, para conter a pandemia, é preciso que cada país vacine 60% a 70% da sua população.
Novos Casos
A Alemanha registra, no total, mais de 22.600 mortes provocadas pelo coronavírus.
Segundo a Agência Francesa AFP a pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.621.397 mortes resultantes de mais de 72,7 milhões de casos de infecção em todo o mundo.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais é na Itália (65.011 mortos, mais de 1,8 milhões de casos), seguindo-se Reino Unido (64.402 mortos, mais de 1,8 milhões de casos), França (58.282 mortos, mais de 2,3 milhões de casos) e Espanha (48.013 mortos, mais de 1,7 milhões de casos).