Enfermeira recebe a primeira vacina nos Estados Unidos

Enfermeira recebe a primeira vacina nos Estados Unidos

14/12/2020 0 Por Redação

 

 

Sandra Lindsay, uma enfermeira em Nova Iorque, tornou-se a primeira pessoa nos Estados Unidos a receber a vacina contra o coronavírus, nesta segunda-feira (14).

A enfermeira de cuidados intensivos do Centro Médico Judaico de Long Island foi imunizada ao vivo pela televisão pouco antes das 9h30 locais.

 

“Primeira vacina administrada. Parabéns EUA! Parabéns MUNDO!”, reagiu o presidente cessante Donald Trump, no Twitter.

 

Lindsay disse que a injeção “não foi diferente de tomar qualquer outra vacina”. “Sinto-me ótima. Estou aliviada”, disse. “Espero que isso marque o início do fim de um período muito doloroso de nossa história. Quero ter a confiança do público de que a vacina é segura. Estamos numa pandemia, então todos precisamos de fazer a nossa parte”, acrescentou Lindsay.

O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, que assistiu ao momento marcante através de streaming de vídeo, disse a Sandra Lindsay que esperava que a vacina lhe desse, a ela e a outros profissionais de saúde, “uma sensação de segurança e proteção” neste combate.

“Vai levar meses até que a vacina atinja uma parte considerável da população. Então, esta é a luz ao fim do túnel, mas este é um longo túnel”, disse Cuomo, lembrando a importância de as pessoas continuarem a seguir as regras de distanciamento social.

“Este é o quilômetro 35 de uma maratona. As pessoas estão cansadas, mas percebem que o fim da corrida se aproxima”, explicou Chris Dale, médico epidemiologista de Seattle.

As remessas de frascos congelados de vacinas produzidas pela Pfizer e pela BioNTech começaram a chegar nesta segunda-feira  a hospitais norte-americanos, numa altura em que a pandemia de covid-19 já fez quase 300.000 mortos e o número de novas infecções parece não diminuir.

Embaladas em gelo seco para permanecer em temperaturas ultracongeladas, as primeiras de quase três milhões de doses enviadas em lotes fizeram o seu trajeto em caminhões a partir da fábrica da Pfizer em Kalamazoo, no Michigan, em direção aos centros de distribuição, onde as autoridades de cada estado determinam o destino de cada dose.

Alguns hospitais norte-americanos passaram o fim de semana rastreando as suas encomendas, atualizando o percurso através dos portais eletrônicos das transportadoras FedEx e UPS, para tentar saber que horas iriam receber as primeiras vacinas.

Este processo vai agora se repetir semanalmente, quando a entidade reguladora de medicamentos, a FDA, decide se dará luz verde à segunda vacina contra a covid-19, produzida pela farmacêutica Moderna.

O obstáculo para as autoridades norte-americanas é colocar rapidamente a vacina nos braços de milhões de pessoas, começando por médicos e enfermeiras, mas também por idosos em lares, bem como pelos seus zeladores, tendo de repetir a dose três semanas depois.

“Estamos no meio de um surto. E há feriados festivos e os nossos profissionais de saúde estão a trabalhando em um ritmo acelerado há muitos meses”, reconheceu Sue Mashni, chefe de farmácia de um hospital em Nova Iorque.

Os responsáveis do processo de vacinação estão ainda preocupados com as reações da vacina, que podem causar febre temporária, fadiga e dores, já que aceleram o sistema imunológico das pessoas, obrigando os hospitais a escalonar as vacinações dos funcionários.

Por outro lado, há ainda as cautelas da população, com sondagens a indicar que apenas metade dos norte-americanos afirma querer ser vacinada.

A FDA, considerada a agência reguladora mais exigente do mundo, disse que a vacina da Pfizer/BioNTech parece segura e muito eficaz, mas os especialistas preferem esperar por resultados da sua aplicação em massa para ter uma melhor percepção das características do produto.

Ainda assim, a vacina já foi aplicada a quase 44.000 pessoas, antes de ser aprovada, embora as investigações ainda procurem obter mais respostas para questões adicionais.

Por exemplo, as vacinas ainda não foram estudadas em crianças e durante a gravidez, embora o Colégio Americano de Obstetras tenha dito, no domingo, que a vacinação não deve ser negada a mulheres grávidas. ( Com Dn.Pt)

Foto: Reprodução Twitter