Instituições se mobilizam pelo mundo em prol da saúde mental
05/12/2020
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMs), cerca de 1 bilhão de pessoas tem transtorno mental, 3 milhões morrem a cada ano pelo uso nocivo de álcool e uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos.
E, para a OMS, a pandemia agravou esse quadro crítico, afetando outros bilhões de pessoas.
“A saúde mental diz respeito a todos nós”, afirma Dévora Kestel, diretora do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS. “No entanto, por várias décadas, os investimentos em saúde mental ficaram lamentavelmente aquém do que é necessário.”
Segundo ela, a covid-19 deixou “dolorosamente claro” que é preciso garantir serviços de saúde mental robustos o suficiente para fornecer, inclusive, cuidados remotos quando os atendimentos presenciais não são possíveis. “Há saída quando há compromissos de investimento”, diz a diretora. “E esse investimento traz benefícios positivos que vão além da saúde pública.”, disse.
A organização cita o que pode ser feito para melhorar a situação. Pessoalmente, é possível adotar medidas de apoio à saúde mental de si mesmo e dos amigos, família e sociedade em geral.
Em nível nacional, é preciso estabelecer serviços de saúde mental ou ampliar os existentes. Globalmente, programas devem ser implementados para promover a saúde mental da população mundial.
Ações
Paralelamente à ação da OMS, uma pesquisa internacional investiga os impactos da pandemia sobre a saúde mental. Entre as instituições brasileiras, participam a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), por meio da Escola Paulista de Medicina; USP (Universidade de São Paulo); Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense); e UFSM (Universidade Federal de Santa Maria).
O estudo, realizado por 200 pesquisadores de 35 países, visa identificar quais fatores afetam a saúde mental atualmente e os fatores de risco e proteção.
Os dados podem ajudar os especialistas na criação de programas de prevenção e intervenção, tanto para a pandemia quanto para momentos futuros, planejando estratégias para prevenir um aumento dos transtornos mentais ao fim do isolamento.
Mais de 100 mil pessoas, residentes em mais de 30 países e com 25 idiomas diferentes, participam da pesquisa. Elas respondem questões sobre dados demográficos, profissão, situação atual de saúde física e mental e fatores ambientais envolvidos antes e durante a pandemia. Para saber mais e participar do questionário, clique aqui.
Outro estudo da Unifesp busca analisar a repercussão da covid-19 e do distanciamento social entre os universitários. Participam graduandos e pós-graduandos com mais de 18 anos, de quaisquer instituições de ensino.
Serão investigados aspectos como condições e mudanças no modo de vida provocadas pela pandemia, a fim de identificar estratégias de enfrentamento e redes de cuidado, proteção e solidariedade.
*Redação
*Foto: Pixabay