Homens sofreram mais com saúde mental do que física durante pandemia, aponta estudo

Homens sofreram mais com saúde mental do que física durante pandemia, aponta estudo

02/12/2020 0 Por Redação

 

 

A saúde emocional dos homens foi mais abalada que a saúde física durante a quarentena, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, que envolveu 1.080 homens, de todas as regiões brasileiras e com idades entre 14 e mais de 66 anos, entre os dias 15 de julho e 21 de setembro.

Dados do estudo mostram que apenas 19% dos entrevistados se autoavaliam com boa saúde mental, enquanto 5% afirmaram ter questões envolvendo a saúde física.

Segundo o Ministério da Saúde, a covid-19 é mais letal entre os homens pardos, com mais de 60 anos e que apresentam comorbidades (ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente e ao mesmo tempo). Nesse cenário, o Instituto decidiu investigar como o vírus e seus desdobramentos afetaram a saúde da população masculina.

Além de ouvir como a mudança de comportamentos ocasionados pela pandemia impactou a saúde física, o estudo também buscou entender, medir e mapear como a quarentena mexeu com o emocional.

A pesquisa apontou que 60% dos homens declararam ter ao menos um fator de risco ao agravamento da covid-19, e 15% apresentam a combinação de três ou mais fatores de risco. Os hipertensos são os mais apresentam comorbidades: 81% têm outra condição de risco, em particular obesidade, diabete e idade acima dos 60 anos.

E 44% declararam ter diminuído a frequência de visitas ao médico, 13% interromperam um tratamento médico que faziam antes da pandemia e outros 10% adiaram uma cirurgia ou procedimento.
Apenas uma pequena parcela dos entrevistados – 17% – recorreu ao atendimento médico a distância, a telemedicina.

Os números sobre a saúde mental dos homens são os mais alarmantes: 96% dos participantes declaram que vivem na quarentena ao menos um sentimento negativo – de ansiedade, estresse, tristeza, desânimo e dificuldade para relaxar. “Conforme realizamos os cruzamentos de dados, percebemos que o sentimento que predomina é a preocupação com assunto familiares ou afetivos, o que sugere que a pandemia afetou mais os relacionamentos do que a experiência individual”, explica Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.

A ansiedade é compartilhada por homens de todas as idades. Mas os sentimentos negativos são mais presentes em homens mais jovens – de 14 a 25 anos -, decrescendo à medida que a idade do homem aumenta. De acordo com o estudo, uma possível explicação é que após várias anos vividos a vida se torna mais estável, sem as pressões financeiras, afetivas e profissionais da juventude.

Outro fator apontado para tais causas é que homens com menor contato com seus amigos têm sua saúde emocional fragilizada, e 44% dos participantes afirmaram ter menos contato com amigos (isso considerando mesmo o virtual, por vídeo ou voz). (Com informações do Terra)

 

Foto:Pixabay