As pessoas que seguem o estilo alimentar vegano têm maior probabilidade de sofrer fraturas ósseas do que aqueles que incluem carne e peixe na dieta, explica estudo realizado pela Oxford.
A investigação realizada pela Universidade de Oxford, baseia-se em dados relativos a quase 55 mil pessoas, sendo 2 mil veganas e 15 mil vegetarianas, que foram acompanhadas durante uma média de 18 anos. Os resultados mostram que os participantes que não comiam carne apresentavam mais 43% de probabilidade de sofrer algum tipo de fratura óssea. Ao todo, foram contabilizadas 3941 fraturas, com a maior incidência nas fraturas de quadril (ou anca), onde o risco para veganos se mostrou 2,3 vezes maior.
As informações em que o estudo se baseia foram recolhidas num primeiro momento entre 1993 e 2001, e numa fase posterior de acompanhamento em 2010, sendo que os participantes foram integrados em quatro grupos de dieta (29.380 comiam carne, 8037 comiam peixe, 15.499 eram vegetarianos e 1982 eram veganos).
Usando o modelo de riscos proporcionais de Cox (metodologia de base dos modelos para acontecimentos múltiplos), os investigadores estimaram os riscos de fraturas totais (as tais 3941) e específicas (566 no braço, 889 no punho, 945 no quadril, 366 na perna, 520 no tornozelo, e 467 na clavícula, costela e vértebra), por grupo de dieta ao longo de uma média de 18 anos de acompanhamento. Os resultados foram alcançados por meio de registos hospitalares ou declarações de óbito até meados de 2016.
“Descobrimos que os veganos tinham um risco maior de sofrer fraturas, o que resultou em cerca de 20 casos a mais por 1000 pessoas num período de mais de 10 anos, em comparação com as pessoas que comiam carne”, disse o epidemiologista nutricional Tammy Tong, principal autor do estudo, publicado esta segunda-feira na revista BMC Medicine. Por outro lado, dietas “predominantemente baseadas em vegetais podem resultar em melhores níveis de nutrientes e têm sido associadas a menor risco de desenvolver doenças, precisamente doenças cardíacas e diabetes”. O especialista finaliza explicando que “as pessoas devem ter em conta os benefícios e os riscos da sua dieta, garantir que têm níveis adequados de cálcio e proteína e manter também um Índice de Massa Corporal saudável, nem baixo nem excessivo”.
Os autores do estudo defendem que as descobertas sugerem que a saúde óssea em veganos requer mais investigação. (Com JN.pt)