Estudo indica que vacina chinesa da Sinovac é segura
18/11/2020
Segundo um estudo publicado na terça-feira na revista The Lancet a fórmula da Coronavac, potencial vacina chinesa contra a covid-19, é “segura” e induziu resposta de anticorpos em 97% dos voluntários saudáveis testados.
Os resultados preliminares são provenientes de um ensaio clínico aleatório da Coronavac, em 744 voluntários entre os 18 e 59 anos, e revelaram que as respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo.
A investigação, realizada por uma equipa chinesa, identificou a dose ideal para gerar as respostas imunológicas mais altas nas fases um e dois dos testes, enquanto observou os efeitos secundários, que foram leves e desapareceram em 48 horas.
Os cientistas frisaram que as descobertas da fase três serão “cruciais” para determinar se a resposta imunológica gerada pela Coronavac é suficiente para proteger contra a infeção por SARS-CoV-2.
De acordo com o estudo, a persistência da resposta de anticorpos deve ser verificada em estudos futuros para determinar quanto tempo durará a proteção contra o vírus.
“Os nossos resultados mostram que a Coronavac é capaz de induzir uma resposta rápida de anticorpos em cerca de quatro semanas de imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo”, disse Fengcai Zhu, investigador do Centro Provincial de Controlo e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China.
“Acreditamos que isso torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia. No entanto, são necessários mais estudos para verificar quanto tempo a resposta de anticorpos permanece após a vacinação”, afirmou o investigador.
O especialista ainda acrescentou que “a longo prazo, quando o risco da covid-19 for menor, as descobertas sugerem que administrar duas doses com intervalo de um mês, ao invés de deixar um intervalo de duas semanas, poderá ser mais apropriado para induzir respostas imunológicas mais fortes e potencialmente mais duradouras”.
A Coronavac, uma das 48 vacinas candidatas contra o novo coronavírus atualmente em desenvolvimento, baseia-se numa cepa viral do SARS-CoV-2, originalmente isolada de um paciente chinês.
Esta primeira fase dos testes foi realizada na província de Jiangsu (China), com pessoas sem histórico médico e que não haviam viajado para áreas com alta incidência da covid-19. (Com Dn.Pt)
Foto: Getty Images