Anvisa diz que suspensão de testes da Coronavac foi decisão técnica

Anvisa diz que suspensão de testes da Coronavac foi decisão técnica

10/11/2020 0 Por Redação

 

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, afirmou que a decisão de suspender os testes da vacina Coronavac foi técnica.

Em entrevista nesta terça-feira (10), o almirante indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro alegou que as informações do Instituto Butantã sobre o “evento adverso grave” com um dos pacientes eram incompletas.

Diante da situação, o protocolo da Anvisa prevê que se determine a paralisação imediata. O Butantã desenvolve a vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

“As informações foram consideradas incompletas, insuficientes para que continuasse permitindo o procedimento vacinal. Quando temos eventos adversos não esperados, a sequência de eventos é uma só: interrupção dos estudos. A responsabilidade é nossa, de atestar a segurança de uma vacina e sua eficácia. Que outra decisão é possível diante de um evento adverso grave não esperado e com informações incompletas? O protocolo manda que seja feita a interrupção do teste”, explicou o diretor.

O “evento adverso grave” que acometeu um dos voluntários do teste teria sido, na verdade, morte causada por suicídio. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. O governo de São Paulo diz que é “impossível” que o fato esteja relacionado com a vacina.

Nesta manhã, Bolsonaro comemorou a suspensão dos testes da vacina em publicação nas redes sociais. O presidente da República atribuiu o imunizante a casos de “morte, invalidez e anomalias” e considerou ser “mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

A declaração foi criticada ao longo do dia, por politizar a corrida por uma vacina, já que João Doria é adversário político de Bolsonaro. Até mesmo o posicionamento da Anvisa foi questionado, mas Barra Torres rebateu as suspeitas de interferência política na decisão. (Com Bahia.ba).

Foto; Pedro França/Agência Senado