Startup arrecada US$ 34 mi para estudos de medicamento psicodélico que pode combater a depressão
26/10/2020
A Cybin, uma startup canadense focada no desenvolvimento de produtos farmacêuticos psicodélicos para tratar transtornos mentais, arrecadou C$ 45 milhões (US$ 34 milhões) em uma colocação privada, segundo anúncio feito pela empresa nesta semana.
A rodada financiará os testes clínicos da companhia para estudar como seu produto, um comprimido sublingual feito com um composto psicodélico alucinógeno que se dissolve na boca, pode tratar a depressão.
Em dois negócios anteriores, a Cybin levantou US$ 10 milhões em capital. Em junho, a empresa anunciou um acordo para concluir a aquisição reversa da mineradora canadense Clarmin Explorations Inc.
Depois que a transação for concluída, a Cybin planeja iniciar suas operações na NEO Exchange, a bolsa canadense.
Fundada em 2019 por um grupo de investidores e empreendedores de cannabis, Eric So, Paul Glavine e John Kanakis, a Cybin fez parceria com o fabricante de medicamentos farmacêuticos IntelGenx para produzir seus produtos a partir de cogumelos alucinógenos, ou psilocibina.
A Cybin decidiu fazer de seu produto Psilotonin um comprimido sublingual para que tivesse efeito rápido, já que as tradicionais cápsulas podem demorar até uma hora para começar a agir. “Vai ser quase tão rápido quanto a dosagem intravenosa, que é instantânea”, diz Drysdale. “Esperamos que demore apenas alguns minutos para fazer efeito.”
Drogas como a Psilotonin e outros produtos em desenvolvimento por empresas – como a Compass e a MindMed – e organizações sem fins lucrativos, como Usona e a Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (MAPS, na sigla em inglês), não serão para uso doméstico.
A terapia psicodélica será assistida e exigirá que os pacientes sejam guiados ao longo da duração do efeito, de quatro a seis horas, no consultório de um terapeuta. Também exigirá várias sessões de terapia antes e depois do tratamento.
Drysdale, que trabalha na indústria farmacêutica há 30 anos, diz que reduzir para início do efeito do medicamento vai diminuir também o tempo da sessão para os pacientes.
A psilocibina é o primeiro passo da empresa. Drysdale diz que, embora a substância seja promissora, há muito espaço para melhorias. Para isso, a Cybin também está desenvolvendo novos compostos alucinógenos, algo que outras empresas, como a Field Trip e a MindMed, também estão explorando.
O executivo comentou que a Cybin está procurando maneiras de “otimizar” a experiência terapêutica ajustando a meia-vida de um composto psicodélico, o que poderia encurtar o período de transe do paciente em algumas horas.
“Estamos ansiosos para a próxima geração de moléculas”, diz ele. “Temos um novo grupo de estudo que já estamos trabalhando e que têm o potencial de melhorar a experiência do paciente.”
Com informações da Forbes