Startup Healthtech Sami passa atuar como plano de saúde após aporte de R$ 86 milhões
23/10/2020
A healthtech Sami recebeu um aporte de R$ 86 milhões – a maior rodada Série A já registrada para uma startup de saúde na América Latina – coliderado pelo Valor Capital Group e pela monashees.
O montante se soma aos R$ 5 milhões recebidos no ano passado da Redpoint eventures e Canary e vai subsidiar a entrada da startup no mercado dos planos de saúde.
Até então, a healthtech criada em 2018 por Vitor Asseituno e Guilherme Berardo vinha atuando no fornecimento de soluções para resolver gargalos no sistema de saúde, como alto custo, ineficiência e baixa qualidade no atendimento médico.
A partir de agora, a startup passará a funcionar também como uma operadora, com atendimento, nesse primeiro momento, a empresas de pequeno e médio portes e profissionais liberais de São Paulo.
Para os empreendedores, a recente regularização da telemedicina durante a pandemia fez deste o momento ideal para essa expansão no modelo de negócios.
“A tecnologia continua sendo nosso core business, o produto final é que está mudando”, explica Asseituno, que também é médico. “O que estamos fazendo agora é aproveitar todo o potencial da telemedicina e o nosso expertise com dados e outras ferramentas para criar um modelo de negócios de seguro saúde mais eficiente e, ao mesmo tempo, com custo menor.”
O presidente da Sami explica que se inspirou nos modelos britânico e californiano do médico de família – profissional que além de ser a porta de entrada do paciente no sistema de saúde, faz um acompanhamento macro de sua jornada e histórico. “Antes da telemedicina era mais difícil ter um modelo como esse em função dos prazos entre uma consulta com o clínico geral e outra, com o especialista. Mas agora, com a agilidade de um primeiro atendimento remoto, onde cerca de 80% dos problemas podem ser resolvidos, e a combinação com a análise de dados, é totalmente possível não só encaminhar o paciente para a especialidade necessária – caso seja realmente o caso – como encaminhá-lo para o melhor profissional daquela modalidade”, diz Asseituno, explicando que o sistema proposto contempla também atendimentos presenciais.
Um dos principais entraves à eficiência dos atuais sistemas de saúde – responsável, inclusive, pelos altos custos e reajustes anuais acima da inflação – é o desperdício.
Exames e consultas sem controle, muitas vezes desnecessários ou sem continuidade, encarecem os produtos disponíveis no mercado. “A medicina não é algo barato. Mas a má medicina é ainda mais cara”, diz ele
Fonte: Forbes