Rússia registra EpiVacCorona, segunda vacina contra covid-19 ainda em finalização de testes
14/10/2020
O presidente Vladimir Putin anunciou, esta quarta-feira, que a Rússia registrou a sua segunda vacina contra o novo coronavírus, num dia em que o país confirmou um número recorde de novas infecções.
“O centro Novosibirsk Vektor registrou hoje a segunda vacina russa contra o novo coronavírus – EpiVacCorona”, anunciou o presidente russo durante uma videoconferência com membros do seu gabinete.
Vektor, um laboratório ultrasecreto na cidade siberiana de Novosibirsk, levou a cabo investigações de armas biológicas na era soviética e armazena vírus que vão do Ebola à varíola.
O anúncio de Putin surge depois do país registrar a sua primeira vacina contra a covid-19, denominada de Sputnik V, que ainda não concluiu sua fase final de testes.
A nova vacina desencadeia uma resposta imune usando proteínas sintéticas do vírus, enquanto a Sputnik V usa vetores de adenovírus adaptados.
A “Sputnik V”, em referência ao satélite soviético, é a primeira vacina russa contra a covid foi recebida com ceticismo em todo o mundo, sobretudo porque não tinha desenvolvido a fase final dos ensaios na altura do anúncio pelas autoridades russas.
Uma grande parte da elite política russa, no entanto, acabou por ser vacinada, com Putin a citar o “caso exemplar” de uma das suas filhas, a quem foi administrada uma dose.
Vacina mostrou um “nível bastante alto de segurança”
A vice-primeira-ministra, Tatiana Golikova, disse durante a conferência com Vladimir Putin que a vacina mostrou um “nível bastante alto de segurança”.
Esta nova vacina vai agora passar para testes pós-registro envolvendo cerca de 40.000 voluntários, acrescentou Golikova.
As autoridades russas registraram nas últimas semanas um aumento acentuado nas infecções e os dados mais recentes sobre a pandemia no país, divulgados pelo governo nesta quarta-feira, mostram um novo recorde no número de infeções, com 14 231 novos casos.
Ainda assim, Golikova descreveu a situação do vírus no país como “controlada” e disse que não eram necessárias mais medidas.
Em Moscovo, a cidade mais afetada pela pandemia, moradores com mais de 65 anos foram convidados a ficar em casa.
O autarquia de Moscovo, Sergei Sobyanin, pediu na semana passada a todos os moscovitas que limitem os seus movimentos até que uma vacina esteja disponível para distribuição em massa.
A Rússia tem o quarto maior número de casos de covid-19 do mundo, com um total de 1 340 409 infecções registradas desde o início da pandemia e 23 205 mortes.
Fonte; DN.PT