Reino Unido inicia testes clínicos para analisar se BCG pode salvar vidas da covid-19.

Reino Unido inicia testes clínicos para analisar se BCG pode salvar vidas da covid-19.

11/10/2020 0 Por Redação

 

Tendo analisado dados de 55 países, incluindo de Portugal, que concentram 63% da população mundial, confirmou que os programas de vacinação para a BCG estão sistematicamente associados a menores taxas, não apenas da infecção pelo novo coronavírus mas também da mortalidade por milhão de habitantes devido à infecção.

Uma das investigações, realizada por cientistas de Israel, das universidades Ben-Gurion do Negev e de Jerusalém, mostrava uma associação entre a vacina e uma menor severidade da covid-19.

Explorando a mesma hipótese, a universidade do Exeter, no Reino Unido, vai iniciar agora ensaios clínicos, com mil pessoas, para apurar se de facto a vacina BCG, desenvolvida em 1921 para combater a tuberculose, tem um efeito protetor relativamente à covid-19, segundo a BBC.

“Pode ser importantíssimo a nível global”, disse o professor John Campbell, da Faculdade de Medicina da universidade do Exeter ao canal britânico. “Embora não pensemos que [a proteção] seja específica em relação à covid-19, tem o potencial de ganhar muito tempo até que existam vacinas contra a covid-19 e sejam desenvolvidos outros tratamentos”.

O ensaio clínico no Reino Unido faz parte de estudo internacional, realizado também na Austrália, Holanda, Espanha e Brasil e que envolverá cerca de 10 mil pessoas no total.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da Organização Mundial de Saúde, também acredita que esta seja uma solução temporária e intermédia. Co-autor de um artigo da Lancet que defende que a vacina da BCG pode preencher o vazio até que uma vacina específica contra o novo coronavírus seja desenvolvida, afirma que aquela “pode ser um instrumento importante na resposta à covid-19 e futuras pandemias”.

A generalidade dos portugueses tem a vacina da BCG, que durante cerca de 50 anos fez parte do Plano Nacional de Vacinação até ser retirada, em 2017, mas os dados apontam para que a possível proteção da mesma contra a covid-19 e outras infeções respiratórias – que não é direta e mais do que prevenir a doença, parece evitar estados mais graves – aconteça sobretudo quando foi administrada nos últimos 15 anos.

 

Fonte; DN.PT