ONU aponta oito mudanças para proteger biodiversidade e salvar o planeta

ONU aponta oito mudanças para proteger biodiversidade e salvar o planeta

16/09/2020 0 Por Redação

 

 

Um novo relatório da ONU alerta para as perdas da natureza mediante progressos e avanços em várias áreas. O Panorama da Biodiversidade Global, publicado pela Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, CBD, aponta oito mudanças necessárias com urgência para garantir o bem-estar humano e salvar o planeta. Segundo a pesquisa, a pandemia da Covid-19 desafia as pessoas a repensar sua relação com a natureza e a considerar as consequências da degradação dos ecossistemas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, diz que com a pandemia, o mundo tem “uma oportunidade sem precedentes de reconstruir melhor, incluindo as transições descritas neste panorama em um plano ambicioso.”

Já a diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, destacou como a perda de biodiversidade prejudicará ainda mais a saúde humana, as economias e as sociedades.

Segundo Inger Andersen, o mundo “sabe o que precisa ser feito, o que funciona e como se alcançam bons resultados.”

Sustentabilidade

O documento trata do progresso em relação às 20 Metas Globais de Biodiversidade, que foram acordadas em 2010 e deviam ser alcançadas até este ano. No total, seis delas foram parcialmente atingidas.

A secretária-executiva da CBD, Elizabeth Maruma Mrema, disse que os novos dados mostram que “humanidade está em uma encruzilhada em relação ao legado que irá deixar para as próximas gerações.”

Segundo Mrema, “muitas coisas boas estão acontecendo ao redor do mundo”, mas “a taxa de perda de biodiversidade não tem precedentes na história da humanidade e as pressões estão aumentando.”

A chefe da CBD afirmou que “quanto mais a humanidade explora a natureza de maneiras insustentáveis, mais prejudica seu próprio bem-estar, segurança e prosperidade.”

À medida que a natureza se degrada, também surgem novas oportunidades para a disseminação de doenças, como o novo coronavírus.
Para Mrema, “a janela de tempo disponível é curta, mas a pandemia mostrou que mudanças transformadoras são possíveis.”

Resultados

 

A pesquisa detalha como várias metas foram atingidas apenas de forma parcial. Por exemplo, os elementos da Meta 11, relativa às proporções de terras e mares protegidos, foram atendidos, mas a qualidade dessas áreas não foi cumprida. Da mesma forma, para a Meta 19, o conhecimento sobre biodiversidade melhorou, mas não foi amplamente compartilhado ou aplicado.

Os relatórios nacionais mostram que os tipos de transições necessárias estão começando. Praticamente todos os países estão tomando medidas para proteger a biodiversidade.

Além disso, as taxas de desmatamento continuam caindo, a erradicação de espécies exóticas invasoras de ilhas está crescendo e a consciência sobre a biodiversidade parece estar aumentando.

Segundo as Nações Unidas, mais de 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para sua subsistência FOTO; PIXABAY

Exemplos

O relatório cita várias ações e programas nacionais exemplares, sem os quais os resultados seriam piores, com maior número de extinções, por exemplo.

O financiamento para a biodiversidade também aumentou em alguns países e os recursos disponíveis para a biodiversidade provenientes de fluxos internacionais e assistência oficial ao desenvolvimento praticamente dobraram. Ao todo, estão disponíveis cerca de US$ 78 a 91 bilhões anuais.

As oito mudanças destacadas incluem transição sustentável nas áreas de agricultura, sistemas alimentares, gerenciamento de pesca e oceanos, cidades e infraestrutura, sistemas de água doce, ação climática e para uma abordagem One Health, que usa várias disciplinas para alcançar a saúde de pessoas, animais e ambiente.

O relatório será usado para criar novas metas globais de biodiversidade para 2021-2030, que estão sendo negociadas. As novas metas devem ser consideradas na próxima Conferência sobre Mudança Climática, COP 26, que foi adiada para 2021 e deve acontecer em Kunming, na China.

 

*Da Redação com informações da ONU NEWS